Giro em todo lugar – Disputa de terceiro lugar e final do Mundial de Clubes da FIFA

Por Lucas Furtado Isaias, Gabriel Orphão e Rodrigo Glejzer  

Aconteceu, nesta quinta-feira (11), a fase final do Mundial de Clubes da FIFA de 2020, no Education City Stadium, em Al Rayyan, no Catar. Palmeiras Al Ahly (EGI) se enfrentaram na disputa pelo terceiro lugar, enquanto Bayern de Munique (ALE) e Tigres (MEX) disputaram a grande final da competição. 

Bayern de Munique X Tigres  

O Bayern de Munique derrotou a equipe do Tigres por 1 a 0, com gol marcado pelo lateral-direito Benjamin Pavard, e conquistou o seu tetracampeonato em cima do time mexicano. Além disso, foi o sexto título do técnico alemão Hans-Dieter Flick comandando o grupo desde 2019.  

Pré-Jogo 

Depois de vencerem as semifinais contra Al Ahly e Palmeiras, respectivamente, Bayern de Munique e Tigres protagonizaram a primeira final disputada por um clube europeu e um norte-americano na história.  

A equipe do Tigres veio para a final do torneio sem nenhum desfalque e com a mesma escalação do último domingo (7), quando derrotou o Palmeiras na semifinal da competição. O técnico brasileiro, naturalizado mexicano, Tuca Ferretti escalou seu time da seguinte forma: Guzmán; Luis Rodríguez, Reyes, Salcedo e Dueñas; Rafael Carioca, Pizarro, Luis Quiñones e Aquino; González e Gignac. 

Já a equipe do Bayern de Munique não pôde contar com dois de seus principais jogadores: o atacante Thomas Müller testou positivo para a COVID-19 e foi cortado da final do Mundial de Clubes; além dele, o zagueiro Jérôme Boateng foi liberado da competição para resolver problemas particulares. Na última quarta-feira (10), sua ex-namorada, a modelo Kasia Lenhardt , de 25 anos, foi encontrada morta no apartamento dela em Berlim, na Alemanha. 

Mesmo com os desfalques, o treinador alemão Hans-Dieter Flick pôde manter a mesma base da equipe que venceu a semifinal contra o Al Ahly (EGI) e escalou seu time da seguinte forma: NeuerPavardSüle, Lucas Hernández e Alphonso Davies; Kimmich, Alaba, Coman, Sané e Gnabry; Lewandowski. 

O Brasil também esteve presente na final do Mundial de Clubes: a arbitragem da partida ficou por conta do uruguaio Esteban Ostojich. Porém a brasileira Edina Alves Batista foi escolhida pela FIFA para ser a quarta árbitra do confronto decisivo da competição. Além dela, outra brasileira foi escalada para o confronto: Neuza Back foi auxiliar reserva da partida. 

A árbitra brasileira Edina Alves Batista foi escolhida pela FIFA para ser a quarta árbitra da grande final do Mundial de Clubes – Foto: Reprodução/FIFA 

Primeiro Tempo 

O primeiro tempo da grande final do Mundial de Clubes foi bastante movimentado. Como era de se esperar, a equipe do Bayern de Munique obteve um domínio grande do jogo no começo da partida, tendo uma chance clara de gol logo nos primeiros cinco minutos. Passe de Alaba para o polonês Robert Lewandowski, que recebeu dentro da área, mas acabou errando o chute. 

Porém as coisas não eram tão fáceis assim para o time alemão. O Tigres começou a crescer no jogo a partir dos dez minutos da primeira etapa e teve sua primeira chance clara de gol aos 15, quando Carlos González fez um lançamento em profundidade para Luis Quiñones, que saiu de frente com Manuel Neuer, mas o goleiro campeão da Copa do Mundo de 2014 conseguiu evitar o que seria o primeiro gol dos mexicanos. 

Aos 17 minutos da etapa inicial, o meio-campista Javier Aquino acabou errando um passe e entregando a bola nos pés de Kimmich. O volante alemão arriscou a batida para o gol e, sem chances de defesa para o goleiro Guzmán, abriu o placar da partida. Contudo o árbitro Esteban Ostojich foi chamado ao VAR, para verificar possível irregularidade de Lewandowski no lance. Após a consulta, o juiz uruguaio optou pela anulação do gol alemão.  

Joshua Kimmich comemorando seu gol que, posteriormente, foi anulado – Foto: Ibraheem Al Omari/REUTERS 

Mesmo com a anulação do gol, o Bayern de Munique continuou pressionando até o final da primeira etapa e teve grande parte de seus ataques comandada pelo lateral-esquerdo Davies, dono de duas chances de gol aos 22 e 23 minutos. Porém ambos os lances terminaram nas mãos do goleiro argentino Nahuel Guzmán. 

A última grande chance de gol do primeiro tempo foi aos 33 minutos, quando o Bayern cobrou um escanteio rapidamente e encontrou um passe para o meia Leroy Sané. Dentro da área e sem marcação, ele chutou de primeira com a perna esquerda, e a bola acabou explodindo no travessão do gol da equipe mexicana. 

Segundo Tempo 

Apesar do placar zerado, o domínio do primeiro tempo ficou quase todo com o Bayern, enquanto ao Tigres coube manter o sistema defensivo sólido e escapar em contra-ataque quando oportuno. A etapa final não se mostraria nada diferente, com os alemães continuando a sufocar os mexicanos o máximo que podiam.  

Logo aos dois minutos, os bávaros conseguiram nova chance de marcar em cabeçada sem sucesso de Sané após cruzamento de Coman. Três minutos depois, foi a vez de Gnabry  receber de Alaba no bico da grande área e chutar de fora por cima do gol. Depois de tanto martelar, o Bayern, finalmente, conseguiu furar a defesa do Tigres e marcar aos 13 minutos, com Lewandowski disputando uma bola no alto e desviando para o lateral Pavard só empurrar para as redes. Apesar de a equipe de arbitragem ter assinalado impedimento do atacante polonês no lance, o VAR revisou e, desta vez, validou o gol alemão.  

Agora perdendo o jogo, o time de Tuca Ferretti começou a procurar mais o ataque. Quiñones, aos 17, em jogada individual pela esquerda, e Gignac, aos 21, cruzando uma falta em direção à área adversária, tiveram as melhores chances, mas ambas foram bem interceptadas pela defesa oponente. Em seguida, o Bayern voltou a dominar o jogo e não deu novas oportunidades para que os mexicanos sonhassem muito com o empate. Tolisso, que entrou no lugar de Gnabry aos 19, Choupo-Moting e Douglas Costas, respectivamente substituindo Lewandowski e Coman desde os 28, ainda tiveram boas oportunidades nos minutos finais, porém ou pararam na trave ou nas boas defesas do goleiro Guzmán. Aliás, o arqueiro argentino do Tigres ainda passaria por um bom susto depois que Salcedo recuou mal de cabeça e obrigou-o a evitar um atabalhoado gol contra.  

A equipe do Bayern de Munique se reuniu para a tradicional foto de campeão – Foto: Reprodução/Twitter Bayern de Munique

Pós-jogo: 

Ao final da partida, o astro Robert Lewandowski declarou: “Estamos muito felizes pelo primeiro lugar. Hoje nós só queríamos ganhar. Conseguimos esse sexto título (na temporada), é uma grande história“. Com as conquistas do Campeonato Alemão, da Copa Alemã, da Liga dos Campeões, da Supercopa Alemã, da Supercopa Europeia e agora do Mundial de Clubes, o Bayern se torna apenas o segundo time de futebol a conseguir vencer seis títulos em uma única temporada. O feito, anteriormente, havia sido alcançado apenas pelo lendário Barcelona treinado por Pep Guardiola e conduzido por Messi, Xavi e Iniesta em 2011. 

Já ao Tigres coube a satisfação de, pela primeira vez, representar um time mexicano na final. Presente em 16 das 17 edições do atual Mundial, o México havia alcançado o terceiro lugar com Necaxa, Monterrey e Pachuca como melhores resultados. Craque do elenco, André Pierre Gignac não deixou de exaltar o grande feito que sua equipe alcançou em nome da Liga local: “Representamos muito bem o México, com garra e coração. O segundo lugar foi incrível para nós. Obrigado a todos que nos apoiaram. Vamos voltar mais fortes“. 

Lewandowski foi eleito o melhor do torneio, com Gignac em segundo, e Kimmich fechando o pódio no terceiro lugar – – Foto: Reprodução/Reprodução/Getty Images 

Palmeiras X Al Ahly  

Com uma atuação superior à do Palmeiras no tempo regulamentar e com uma série de erros na disputa de pênaltis, o Ah Ahly ficou com o terceiro lugar no Mundial de Clubes da FIFA após vitória por 3 a 2 nas penalidades.  

William (Palmeiras) e Hany (Al Ahly) disputando a bola durante briga pelo terceiro lugar do Mundial – Foto: Cesar Greco/Palmeiras 

O time egípcio dominou em boa parte do primeiro tempo do jogo se aproveitando das falhas da equipe brasileira e criou ataques mais perigosos. O Palmeiras começou a ficar mais ofensivo e a equilibrar a partida na reta final da primeira etapa. Contudo os melhores momentos do time de Abel Ferreira foram no começo do segundo tempo, quando arriscou mais chutes a gol e criou uma pressão que existiu do lado oponente na etapa anterior. Mas os egípcios logo reagiram e voltaram a dominar o jogo. Ajayi até fez um gol no rebote de uma defesa de Weverton aos 21 minutos, porém estava impedido.  

Com o empate em 0 a 0, a partida foi para as penalidades, onde os erros chamaram a atenção: em sequência, Rony, El Soleya, Luiz Adriano e M. Mohesen erraram as suas cobranças. Antes, Ibrahim abriu o placar para o Al Ahly. Após a série de desperdícios, Gustavo Scarpa, Hany, Gustavo Gómez e Ajayi convertem suas batidas. No décimo pênalti da disputa, Felipe Melo teve sua cobrança defendida por El Shenawy, selando a pior campanha de um sul-americano no atual formato do Mundial de Clubes, iniciado em 2005. 

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