Madureira, Bangu e Boavista estreiam no Campeonato Brasileiro Série D 2021

Foto de capa: Reprodução/CBF 

Por Rafael Cruz e Rodrigo Glejzer 

A primeira fase do Campeonato Brasileiro Série D 2021 começa neste sábado (05/06) e conta com 64 times, que foram divididos em oito grupos de oito. Dentro de cada chave, todos se enfrentam em turno e returno, em um total de 14 jogos. Os quatro melhores classificados de cada grupo avançam para o mata-mata, que começa com 32 equipes na Segunda Fase. 

Nesta segunda parte da matéria, fique por dentro de todas as informações sobre os últimos quatro grupos desta edição.  

Grupo A5 

De Goiás, o grupo A5 tem nada menos que três equipes. Apesar de nunca ter sido campeão pelo Campeonato Goiano, a Aparecidense ficou famosa no cenário nacional depois de eliminar o Botafogo pela primeira fase da Copa do Brasil em 2018. O time de Aparecida de Goiânia ainda conseguiu ser vice no Estadual do mesmo ano. Em 2021, chegou às semifinais do Goiano, eliminado pelo Vila Nova, e vai para sua nona Série D (a sétima seguida).  

Segundo lugar no Goianão do ano passado, o Goianésia acabou sendo eliminado logo na fase de grupos da última edição. Está na sua sétima temporada de quarta divisão depois de chegar às oitavas de final em 2020. Outro time que, no Campeonato Goiano passado, foi muito bem (terceiro lugar) e muito mal no deste ano (rebaixado), é o Jaraguá. O Gavião da Serra vem em baixa para a sua estreia na Série D.  

Se os goianos não têm nenhum dos seus maiores representantes (com Goiás e Vila Nova na segunda divisão), Brasília vai com força máxima para os confrontos pelo acesso à Terceirona. Enquanto o Gama é o maior vencedor regional com 13 troféus, o Brasiliense vem logo em segundo com 10. Ambos já se enfrentaram pela sexta rodada estadual, quando o Brasiliense goleou o Gama por 4 a 0 e abriu caminho para a final. O Jacaré decidiu com o Ceilândia o título e voltou a conquistar o caneco, depois de quatro anos de espera, ao bater os adversários por 1 a 0. O clássico candango está marcado para a quinta rodada (03/07) da Série D. 

Brasiliense e Gama fazem duelo estadual pela classificação na próxima fase da Série D – Foto: Rafael Oliveira  

Vindo da cidade de Rondonópolis (MT), o União tem apenas dois títulos em 47 anos de fundação (o Mato-grossense de 2010 e a Copa FNF de 2017). Em 2021, prepara-se para sua quarta passagem consecutiva pela Série D, depois de ser eliminado pelo Ação nas quartas de final do Estadual. Localizado a mais de seis horas de distância do Touro do Cerrado, o clube de Nova Mutum conseguiu erguer a taça de campeão do Mato Grosso ano passado e, assim, garantir sua primeira vaga na quarta divisão do futebol brasileiro. Em 2021, ficou em quarto lugar depois de também perder para o Ação na disputa pelo terceiro lugar regional. Aliás, União Rondonópolis e Nova Mutum já se enfrentaram e empataram em 0 a 0 pela primeira rodada do Mato-grossense.  

Único time no A5 localizado no Norte do país, Porto Velho é uma força emergente dentro de Rondônia. Com apenas três anos de existência, já conseguiu ser campeão estadual ano passado e chegar às semifinais neste. Estreando na Série D e na Copa do Brasil, pela primeira vez disputará campeonatos a nível nacional. 

Grupo A6 

Saindo das zonas Norte e Nordeste, o A6 é onde os times do Sul e Sudeste  começam a aparecer. Só de mineiros, este grupo tem quatro times. Campeão da Série C em 2016 e, durante sete temporadas, presente na Série B, o Boa Esporte viveu seus tempos áureos entre 2010 e 2017, quando competiu em alto nível. No entanto, recentemente, a equipe vem em queda livre e já acumula descensos seguidos (da B para C em 2019 e da C para D em 2020). Como foi mal no campeonato estadual (acabou em último lugar e rebaixado) e, assim, não garantiu uma vaga em nenhuma divisão nacional para 2022, precisará ir muito bem na Série D caso queira ter algum calendário ano que vem. 

Sem a mesma participação nas principais divisões do país que o Boa Esporte (jogou as séries A, B e C apenas uma vez, nos anos 1980 e 1990), a Caldense estacionou no meio da tabela do Campeonato Mineiro e não conseguiu avançar em direção às semifinais. Está, pela sétima vez seguida, na Série D. As duas últimas equipes, Patrocinense e Uberlândia, tiveram trajetórias parecidas no Estadual e ficaram, respectivamente, como nono e décimo de 12 times. Nenhuma das equipes parece empolgar seu torcedor depois de começar a temporada com campanhas bem medianas. 

Dona da quarta melhor campanha do Campeonato Paulista na fase de grupos e eliminada nas quartas de final, pelo campeão São Paulo, a Ferroviária vem com expectativas de avançar sem problemas à segunda fase da Série D. Diferentemente do Águia Negra, de Rio Brilhante (MS), que, depois de vencer o Campeonato Sul-mato-grossense duas vezes seguidas (2019 e 2020), encerrou o deste ano logo na primeira fase, vencendo apenas três das suas oito partidas.  

O volante PH, ex-Santo André, é um dos reforços da Ferroviária para a Série D – Foto: Jonatan Dutra/Ferroviária SA 

Fechando o grupo, temos dois times intitulados Rio Branco. Um deles vem de Vitória, capital do Espírito Santo, e é o maior campeão capixaba (são 31 títulos estaduais). O outro vem do interior do mesmo estado, sediado no município de Venda Nova do Imigrante, tem um único título (2020) e é o atual vice-campeão, ambos pelo Estadual. As duas equipes se enfrentaram nas semifinais do Capixabão 2021 com vitória da equipe de Venda Nova por 3 a 0 no segundo jogo, depois de um empate zerado no primeiro.  

Grupo A7 

De volta a competições nacionais, Portuguesa é o time de mais tradição na Série D – Foto: Everton Calício/Portuguesa 

O grupo A7 é onde estão todos os times cariocas (Bangu, Madureira e Boavista). Com eles também: Inter de Limeira, Portuguesa, São Bento e Santo André (São Paulo), e Cianorte (Paraná). A Portuguesa, o Santo André e o Bangu são os times de mais tradições. Juntos, os três têm 48 participações na Série A do Campeonato Brasileiro: 35 para a Portuguesa, 11 para o Bangu e duas para o Santo André. 

A Portuguesa está de volta, é o time da Série D com mais participações na primeira divisão e disputa, novamente, um campeonato nacional depois de quatro anos. A melhor participação na Séria A foi o vice-campeonato de 1996. A última vez na primeira divisão foi em 2013. A equipe terminou o campeonato em 12º lugar, com 48 pontos, mas foi punida pela escalação irregular do meia Héverton na partida contra o Grêmio e perdeu quatro pontos, sendo assim rebaixada. O clube despencou até chegar à Série D em 2017. 

O Santo André tem no currículo duas participações na Série A do Campeonato Brasileiro, em 1984 e 2009, mas a maior conquista foi a Copa do Brasil, em 2004. O time também foi vice-campeão da Série B e C do Campeonato Brasileiro, em 2003 e 2008, e campeão da primeira divisão do Campeonato Paulista, em 2003 e 2014, além de cinco vezes da Série A2. O clube, atualmente, possui 4.000 sócios titulares (gerando em torno de 20.000 sócios entre titulares e dependentes). O time vem para a segunda participação na Série D. Em 2013, ficou em 16º lugar. 

Também de São Paulo, o Inter de Limeira, oficialmente, é Associação Atlética Internacional. Fundada em 2013, a equipe vem em ascenção. Em 2010 estava na quarta divisão do Campeonato Paulista. Em 2018, o time voltou a jogar uma competição nacional, a Copa do Brasil. Em 2019, foi vice-campeã da Série A2 do Paulistão e conseguiu acesso à elite para 2020, quando contratou o atual técnico Elano. O Internacional já foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro, em 1988, da Série A2 do Campeonato Paulista, em 1978, 1996 e 2004, e da A3, em 1966. 

O São Bento retorna à Série D do Campeonato Brasileiro, após ser rebaixado da última Série C. A equipe tinha disputado a competição pela última vez em 2016, quando conseguiu acesso até a Série B para 2017. Ainda em 2016, o Bentão estava no seu segundo ano consecutivo na elite do futebol paulista e retornava ao Campeonato Brasileiro após 24 anos. Agora a realidade é outra. O São Bento volta à Série D após dois rebaixamentos (Série B e Série C), além do Paulistão, o que compromete, e muito, a receita do clube, que busca trabalhar com metas realistas e mais modestas para o restante da temporada e os próximos anos. 

O Cianorte foi campeão paranaense do interior em 2011, mas a maior glória do clube foi uma vitória por 3 a 0 em cima do Corinthians de Tevez, Mascherano e Nilmar, em 2005, pela Copa do Brasil. Na Série D, chegou às oitavas de final em 2011 e, no ano seguinte, pelas quartas de final, estave a um empate da Terceirona. Depois de ganhar do Mogi Mirim por 2 a 1 no jogo de ida, perdeu também por 2 a 1 no de volta e por 4 a 2 nas penalidades. Em 2014, foi rebaixado à segunda divisão do Paraná, onde permaneceu até 2016, mas foi campeão invicto da Segundona em 2017 e voltou à elite estadual. Desta vez, o Leão espera ter mais sorte na Série D. 

Cariocas 

Madureira 

Vice-campeão brasileiro da Série D em 2010 e com seis participações no currículo, o Madureira tenta chegar de novo na terceira divisão. No Campeonato Carioca deste ano, o time foi o oitavo na classificação geral, com 15 pontos, e foi semifinalista da Taça Rio, sendo eliminado pelo Vasco. Na Copa do Brasil, caiu ainda na primeira fase para o Paysandu. 

O clube é um dos times mais tradicionais do Rio de Janeiro e também é conhecido como Tricolor Suburbano, por conta das cores de sua camisa em listras verticais grenás, azuis e amarelas.  

Além do vice campeonato da Série D, o time tem como maiores feitos dois vice-campeonatos cariocas da primeira divisão, dois títulos do Torneio Início, um título do Campeonato Carioca da Segunda Divisão e um da Copa Rio. 

Bangu 

O Bangu tem 11 participações na Série A do Campeonato Brasileiro. Foi vice-campeão em 1985 e já jogou a Libertadores, em 1986. É o 16º clube brasileiro que mais cedeu jogadores à seleção brasileira, com noventa e seis convocações, e o 16º que mais cedeu jogadores para a Copa do Mundo da FIFA, com quatro convocações, considerando apenas clubes brasileiros, e quer voltar aos tempos de glória. 

Bangu é um dos times da Série D com mais participações na elite e vai representar o Rio de Janeiro com Madureira e Boavista – Foto: Caio Almeida/Bangu AC 

Para isso, uma das apostas estará no banco de reserva comandando o time: o técnico Felipe, ex-jogador de Vasco, Flamengo e Fluminense. Na função, ele já viveu a experiência comandando o Tigres-RJ. No campo, Marcelo Mattos, ex-jogador de Vasco e Botafogo, também busca um recomeço, após conviver com lesões graves. 

O time vermelho e branco foi o penúltimo colocado na classificação geral do Campeonato Carioca deste ano, com 6 pontos. Na Série D, o Bangu tem duas participações: em 2017, quando foi 40º, e em 2020, quando terminou em 42º. 

Boavista 

O Boavista estava a um mês sem disputar uma partida oficial até a derrota de 1 a 0 para o Vasco, na última terça-feira (01/06), pela Copa do Brasil. O time chegou até a terceira fase da competição após eliminar o Goiás, da segunda divisão, e o Picos, do Piauí, da quarta divisão (eliminado na fase preliminar). No Campeonato Carioca, a equipe de Saquarema terminou em décimo lugar, com 11 pontos. 

O time de Bacaxá já disputou a competição cinco vezes, a última em 2019, quando conseguiu a melhor posição: décima. Para esta edição, o Verdão aposta no técnico Leandrão, ex-atacante de Vasco, Sport, Ponte Preta, Botafogo e Internacional. Ele se formou, recentemente, no curso de técnicos da CBF e está recebendo a primeira oportunidade como treinador, aos 37 anos. 

Outra aposta é o volante Jucilei, ex-São Paulo, Corinthians, Al-Jazira (dos Emirados Árabes) e Shandong (da China). 

Grupo A8 

O grupo A8 tem três times do Rio Grande do Sul, três de Santa Catarina e dois do Paraná. Os estados são representados por Aimoré, Caxias e Esportivo (RS); Marcílio Dias, Joinville e Juventus (SC); Cascavel e Rio Branco (PR).  

Originalmente, o Campeonato Gaúcho classificaria dois clubes, e a Copa FGF oportunizaria uma terceira equipe. Porém a pandemia do novo Coronavírus mudou por completo a situação, e a vaga caiu para o Aimoré, terceiro melhor colocado sem divisão nacional do Gaúcho 2020.  

O Caxias é o mais forte do estado na competição. Foi campeão gaúcho em 2000 e vice-campeão em 2011. O time grená tem quatro participações na Série A do Campeonato Brasileiro e voltou a disputar competições nacionais em 2018. O clube disputa a Série D pela quinta vez. Foi sexto colocado em 2018 e 2019. 

Caxias na última participação pela Série D, em 2020 – Foto: Rodrigo Rossi/S.E.R. Caxias 

O Esportivo conseguiu classificação para a Série D e para a Copa do Brasil em 2021 por sua boa campanha no Campeonato Gaúcho de 2020, com a conquista do título do interior. Mesmo classificado, o time precisou de uma reunião do Conselho Deliberativo para sacramentar a participação do clube na Série D. Os conselheiros se colocaram à disposição para ajudar financeiramente e viabilizar a continuidade da equipe alviazul na competição. 

Da cidade de São Leopoldo, o Aimoré teve uma forte crise financeira e licenciou-se do futebol em 1997. Em 2016, retornou, investiu e voltou à primeira divisão do Gauchão em 2014. Foi rebaixado para a segunda divisão em 2016, mas subiu de novo e, no Estadual de 2019, foi o único time a marcar gol no Grêmio. O time de São Leopoldo foi campeão gaúcho da segunda divisão em 2012 e vice-campeão da mesma em 1981, 1987 e 2018. 

A 464,3 km do Rio Grande do Sul, Santa Catarina tem três representantes na Série D, o mais tradicional deles é o Joinville. Com 45 anos de história, o Jec foi fundado em 1976, a partir da fusão dos departamentos de futebol do América e do Caxias. O primeiro título veio no mesmo ano da fundação, com o Catarinense, que viria a ganhar mais 11 vezes, sendo bicampeão em sequência em 2000 e 2001. O último deles foi em 2015. O time disputou o Campeonato Brasileiro Série D pela primeira vez em 2009, após ganhar a Copa SC. Foi o quinto colocado, mas o quarto foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Deportiva, e o Jec herdou a vaga para a Terceirona, conquistando o título inédito da divisão, em 2010. O Joinville chegou à elite do futebol brasileiro em 2015, depois de conquistar o título da Série B de 2014. Além de 2015, o time já tinha disputado a primeira divisão 11 vezes. O clube vem para sua quarta participação na Série D. 

Sediado na cidade de Itajaí (SC), o Marcílio Dias começou no futebol em 1919. O Marcílio foi vice-campeão catarinense oito vezes. A principal conquista do clube no futebol foi o título estadual de 1963. O Marinheiro foi campeão da segunda divisão do Campeonato Catarinense em 1999, 2010 e 2013. O time disputou a Série B do Campeonato Brasileiro três vezes, a Série C oito vezes, e a Série D três vezes. Em 2020, o clube chegou até as quartas de final. 

De Jaraguá do Sul (SC), o Juventus disputou a primeira divisão do Campeonato Catarinense 19 vezes, sendo terceiro colocado em duas oportunidades, em 1994 e 2006. Foi vice-campeão quatro vezes da segunda divisão e campeão da terceira em 2004. No Brasileirão, disputou a Série C duas vezes e vai estrear esse ano no Campeonato Brasileiro Série D. 

O estado do Paraná tem o Cianorte no grupo A7, além do Cascavel e o Rio Branco no A8. O Cascavel foi fundado em 16 de janeiro de 2008. O clube iniciou a trajetória no futebol com a experiência da família Belletti, idealizadores do projeto, que era, inicialmente, para abrir uma escolhinha. Mas, como queriam se filiar à Federação Paranaense, montaram um time para disputar a princípio pelas categorias de base. O Serpente Aurinegra disputou a terceira divisão do Estadual em 2009 e foi vice-campeão. Em 2010 e 2011, disputou a segunda divisão. Em 2011, a família Belletti se desvencilhou do projeto. O clube não conseguiu mandar os seus jogos no estádio da cidade. De volta em 2013, conseguiu o acesso à segunda divisão, da qual foi campeão em 2014. Em 2015, estreou na primeira divisão paranaense e continua até hoje. 

Fundado em 1913, o Rio Branco foi campeão do interior em 1948 e mais duas vezes, em 1954 e 2000. Em 1958, estreou na elite do futebol paranaense. Após queda na década de 1980, o Leão foi campeão da segunda divisão estadual em 1995, retornando à elite. Sua melhor posição na primeira divisão do Campeonato Paranaense foi o terceiro lugar, na qual terminou em quatro oportunidades. Atualmente, o clube desenvolve um projeto em parceria com a Fundação Municipal de Esportes, visando, desta forma, revelar novos jogadores. Em 2004, foi inaugurado, pela prefeitura municipal de Paranaguá, o Estádio Fernando Charbub Farah, o “Gigante do Itiberê”, com capacidade para 20 mil pessoas, o dobro do antigo Estádio Nelson Medrado Dias (A Estradinha). A nível nacional, o Rio Branco tem cinco participações na Série C e uma na Copa do Brasil.  

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