Foto de capa: Rebeca Doin
Por Lucas Dias
As competições internacionais de maratonas aquáticas são provas de alto risco, e a falta de preparação pode ocasionar problemas sérios. Geralmente essas práticas são realizadas em rios, lagos ou mar aberto. Sua origem foi na Grécia Antiga, como não havia piscinas, a natação nos primeiros Jogos Olímpicos era praticada em águas abertas. As maratonas aquáticas foram criadas pelo militar e nadador inglês Mattew Webb. Em 1875, foi o primeiro a atravessar o canal da Mancha (34km entre a Grã-Bretanha e a França) a nado sem qualquer equipamento ou salva vidas. Criou a partir daí esta modalidade da natação.
Aos poucos, a disputa em águas abertas se popularizou, até que, em 2005, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que a maratona aquática faria parte do programa dos Jogos Olímpicos, com uma disputa de 10 km. Nesta edição a prova será realizada no Parque Marinho de Odaiba, também sede do triatlo, esse parque oferecerá algo muito diferente da maioria das outras instalações Olímpicas: estruturas futuristas serão substituídas por uma extensão de vegetação natural, juntamente com vistas deslumbrantes do oceano e um pano de fundo da paisagem urbana de Tóquio. Durante os Jogos um local temporário com capacidade para 5.500 espectadores será instalado no parque.


Principais nadadores em Tóquio
O alemão Florian Wellbrock partirá como favorito para vencer a disputa masculina, após um excelente ano de 2019 que o viu consagrado campeão mundial nas provas de 10 km e 1,500 m. Mas ele não terá nada garantido em um campo tão talentoso em águas abertas, que também inclui o medalhista de bronze Olímpico Marc-Antoine Olivier que por sua vez terminou 0,2 segundo atrás de Wellbrock no campeonato mundial.
Atual campeão Olímpico holandês Ferry Weertman não abrirá mão do título sem lutar, enquanto o ex-campeão mundial Jordan Wilimovsky e o campeão Olímpico de 1,500 metros estilo livre Gregorio Paltrinieri (italiano) proporcionarão uma competição acirrada.
Na corrida feminina, a chinesa Xin Xin espera aproveitar o impulso obtido ao ser campeã no mundial de 2019, em que conquistou a medalha de ouro. Suas principais rivais serão duas medalhistas de prata olímpicas, a veterana nadadora americana Haley Anderson e a italiana Rachele Bruni. Também fiquem de olho na campeã olímpica holandesa, Sharon van Rouwendaal, que espera redescobrir sua forma dourada em Tóquio.

O Brasil em Tóquio
As primeiras vagas olímpicas para as maratonas aquáticas nos Jogos de Tóquio foram definidas no mundial de Gwangiu, na Coreia do Sul, em julho de 2019. Os 10 primeiros colocados na prova dos 10 km tiveram classificação automática para as Olimpíadas. Ao todo, são 25 classificações para os homens e 25 para as mulheres. No mundial, em cada gênero, foram dois os brasileiros que tentaram representar o país na prova dos 10 km em águas abertas no Japão.
A CDBA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos) determinou, baseada nos resultados internacionais, a classificação dos nadadores Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut como representantes femininas da delegação brasileira, enquanto Allan do Carmo e Victor Colonese serão os representantes masculinos. Vale destacar que ainda haverá uma repescagem na qual os nove primeiros colocados mais cinco nadadores (sendo um de cada continente) garantem vaga olímpica. O Brasil tentará, então, mais uma classificação na disputa masculina.
Calendário


Regras
As competições internacionais de maratonas consistem em uma corrida de estilo livre extremamente tática, na qual os atletas conservam o máximo de energia possível antes de um emocionante sprint no final da corrida.
Numa prova de maratona aquática, vence o nadador que chegar primeiro no final do percurso, tocando a placa de chegada. O trajeto é demarcado por boias. Os nadadores utilizam um chip no pulso para marcar seu tempo na prova. Juízes e cronometristas (seis de cada) ficam na plataforma e em barcos, acompanhando de perto os nadadores. Eles são responsáveis por registrar o tempo de chegada de cada nadador.
Vamos com tudo nas olimpíadas
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