Foto de capa: Rebeca Doin
Por Armando Edra
O voleibol retorna para o país onde estreou nos jogos olímpicos e é umas das maiores esperanças brasileiras na luta por uma medalha de ouro. O esporte está entre as modalidades mais vencedoras do Brasil nas Olimpíadas e, junto com o vôlei de praia, torna-se o líder desse ranking.

Masculino
Do lado masculino, a equipe brasileira é a atual campeã olímpica e permanece sendo o adversário a ser batido após quatro finais olímpicas seguidas, quando conquistou o ouro em Atenas 2004 e Rio 2016 e as pratas de Pequim 2008 e Londres 2012.

Com alguns campeões olímpicos remanescentes da Rio 2016, como Bruninho, Lucarelli, Lucão e Wallace, a equipe verde amarela conta ainda com a adição de Yoandy Leal, cubano recém naturalizado brasileiro como um dos principais novos nomes da equipe agora comandada pelo medalhista de prata olímpico em Los Angeles-84, Renan Dal Zotto.
Vale ressaltar a inédita conquista brasileira da Liga das Nações, na Itália, último teste do time antes da Olimpíada e primeiro desde a pausa causada pela pandemia, na qual a seleção brasileira demonstrou toda a sua força em uma campanha sublime.
O torneio olímpico de vôlei masculino contará com Brasil, Estados Unidos, Polônia, Rússia, França, Argentina, Canadá, Itália, Irã, Tunísia, Venezuela e Japão, os donos da casa. Um fato curioso é que o Brasil é a única nação com as quatro medalhas de ouro possíveis na modalidade, ou seja, no vôlei masculino e feminino de quadra e de praia.

Feminino
Pelo lado feminino, as esperanças por medalhas são menos otimistas. O ciclo olímpico da equipe brasileira foi marcado por testes de inúmeras jogadoras buscando formar o melhor elenco para buscar o pódio que escapou em casa, no Rio em 2016. Mesclando jovens jogadoras e contando com o retorno de atletas experientes, o técnico José Roberto Guimarães busca voltar ao pódio olímpico depois de um ciclo de altos e baixos.

Das grandes competições do circuito, as brasileiras foram campeãs do Grand Prix em 2017 e prata em 2019 do mesmo torneio, agora conhecido como Liga das Nações. Sétimo no mundial, quarto na Copa do Mundo de vôlei feminino e vice na última edição da Liga das Nações, as brasileiras têm como prioridade retornar ao topo, mas devido a seguidas lesões das atletas, o Brasil vem se distanciando cada vez mais do pódio.
As quadras japonesas receberão Brasil, Estados Unidos, Sérvia, China, Rússia, Itália, Quênia, Argentina, Coréia do Sul, Turquia, República Dominicana e Japão, o país sede, para o torneio olímpico de vôlei feminino.

Foto: Divulgação/ FIVB.
Formato e regras
Nas regras atuais, cada equipe possui doze jogadores, sendo seis titulares, um deles o líbero, e seis reservas. Divididos por uma rede em uma quadra de 18 x 9 metros, o objetivo principal é colocar a bola no chão do lado adversário. Para que haja um vencedor, uma equipe deve ganhar três sets de 25 pontos, podendo ser um deles o famosos tie-break que vale 15 pontos. Vale ressaltar que caso o placar esteja em 24 a 24, não ganhará o set a equipe que marcar o vigésimo quinto ponto e sim aquela que abrir dois pontos de vantagem sobre o adversário.
Outra regra que deve ser esclarecida é o sistema de pontuação para fins de tabelas e classificação. Desde 2009, a FIVB optou pelo esquema de pontos por resultado, ou seja, se uma equipe vence por três sets a zero ou a um, o vencedor ganha 3 pontos e o perdedor fica com zero pontos. Caso o placar seja três sets a dois, o vencedor leva dois pontos e o perdedor fica com um ponto. No caso de empate entre duas ou mais equipes na classificação final do grupo, os critérios de desempate serão os seguintes: número de vitórias, ponto average e set average.
Local
As disputas do vôlei acontecerão na Ariake Arena, estádio poliesportivo localizado no distrito de Ariake, em Tóquio. Com capacidade para até quinze mil espectadores, a arena foi construída para os Jogos e após o torneio olímpico, sediará o basquete em cadeira de rodas dos Jogos Paralímpicos 2020.

Calendário
Outros favoritos
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Principal pedra no sapato da seleção brasileira masculina, a Polônia, bicampeã mundial, é liderada pelo excelente oposto Bartosz Kurek, um dos melhores pontuadores da atualidade, e quer conquistar na Olimpíada de Tóquio sua segunda medalha olímpica da história, que não vem desde o ouro em Montreal 1976. O time não tem obtido sucesso em Jogos Olímpicos, parando nas quartas de final das últimas quatro edições e sempre rende jogos dificílimos contra o Brasil.
A Rússia, campeã da fortíssima Liga das Nações em 2019, campeã olímpica do vôlei masculino em Londres 2012 e sede do próximo campeonato mundial, em 2022, é outra equipe que está em ascensão e aparece como forte candidata ao ouro. Estados Unidos, França, Itália e Argentina também aparecem como candidatas a medalhas diante da competividade que apresentaram durante o ciclo olímpico em outras competições.

No torneio feminino, China e Sérvia, respectivamente atuais campeã e vice olímpica, pintam como as favoritas para repetirem a disputa pelo ouro nos Jogos de Tóquio. Após calarem a torcida brasileira ao vencerem as donas da casa nas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio, as chinesas buscam o bi olímpico carregadas de um bom retrospecto no ciclo. Lideradas pela ponteira Zhu Ting, a principal responsável pela vitória contra o Brasil em 2016, a China também venceu a Copa do Mundo de 2019 e levou o bronze no mundial de 2018, ambos disputados no Japão.
Campeãs Mundiais de vôlei feminino há dois anos e lideradas por Tijana Boskovic, a Sérvia é o principal time europeu na briga pelo ouro em Tóquio, afinal, foram bicampeãs do fortíssimo campeonato da Europa em 2017 e 2019, e querem a revanche contra a China.
As japonesas também merecem destaque, foram as primeiras campeãs olímpicas da história e são as atuais bicampeãs asiáticas e, apesar de não poder contar com sua fanática e apaixonada torcida, tem tudo para ir bem no torneio e quem sabe subir ao ponto mais alto do pódio que não vem desde Montreal 1976.
