Duplas femininas e masculinas do Brasil querem aumentar a hegemonia no vôlei de praia nos Jogos de Tóquio 2020

Foto de capa: Rebeca Doin

Por Armando Edra  

O vôlei de praia é um esporte muito popular, sendo um dos mais praticados em solo brasileiro e está repleto de conquistas nos campeonatos realizados mundo afora. Sendo assim, a conquista de uma medalha no torneio olímpico é dada como praticamente certa. 

Desde os Jogos de Atlanta em 1996, somente Brasil e Estados Unidos levaram para casa medalhas em todas os torneios olímpicos. Para os norte-americanos a vantagem fica na quantidade de ouros (6 a 3), mas os brasileiros levam a melhor no total de medalhas (13 a 10).  

Crédito: Octávio Neto.

Porém, essa edição promete ser, não só uma das maiores audiências das Olimpíadas, como também uma das competições mais acirradas. A sétima edição da modalidade em jogos olímpicos promete trazer novos candidatos ao ouro, com países sem tanta tradição no esporte, como Rússia, Canadá e Noruega, principalmente após brasileiros e norte-americanos não terem alcançado as expectativas durante a etapa mundial da modalidade.  

CALENDÁRIO  

Feminino 

Duda e Ágatha são as favoritas do torneio e prometem lutar pelo ouro que não é do Brasil desde 96. Foto: Divulgação/FIVB / Estadão.

As duplas brasileiras formadas por Ágatha e Duda (número 1 do ranking mundial) e Rebecca e Ana Patrícia (número 7) chegam nas Olimpíadas como fortes candidatas às medalhas. Agatha é a única das quatro a ter experiência em Jogos Olímpicos, já que foi medalha de prata na Rio-2016 jogando com Barbara Seixas.  

Após os Jogos, passou a formar dupla com a jovem Duda, hoje com 22 anos, eleita a melhor do mundo em 2018, a mais jovem da história a receber tal honraria, e novamente em 2019. Nas categorias de base, Duda conquistou o ouro na Olimpíada da Juventude em 2014, na China, jogando justamente ao lado de Ana Patrícia que, a seguir, formou a dupla com Rebecca.  

Crédito: Octávio Neto.

Ana Patrícia e Rebecca podem não ter vencido nenhuma etapa esse ano, mas em 2019 elas foram três vezes ao lugar mais alto do pódio e conquistaram o bronze no Finals de Roma, sendo uma dupla muito competitiva. 

Masculino 

A dupla Alison e Álvaro Filho está em uma crescente de confiança e se tornou uma das favoritas do torneio. Foto: FIVB/Divulgação.

O Brasil tem os atuais campeões olímpicos, mas eles não irão jogar juntos desta vez. Alison, o Mamute, agora faz par com Álvaro Filho, e chegam em Tóquio como a quarta melhor dupla do circuito mundial e diversas finais disputadas durante os circuitos nacionais e internacionais.  

Já Bruno Schmidt jogará com Evandro, gigante de 2,11 m e campeão mundial em 2017. Eles são a décima sétima dupla do ranking mundial, mas vale ressaltar que Bruno contraiu covid-19 durante o circuito nacional e teve problemas para retornar ao seu físico ideal devido às sequelas da doença.  

Crédito: Octávio Neto.

Formato e regras 

As regras atuais do vôlei de praia olímpico partem da disputa em uma quadra em formato retangular medindo 16 x 8 m, com uma zona livre de no mínimo cinco metros laterais e seis de fundo. A areia, seja em uma praia ou não, deve ter no mínimo 40cm de profundidade e a rede que divide as duplas deve ser colocada na altura de 2,43 m para homens e 2,24 m para as mulheres.  

Assim como no vôlei de quadra, a disputa é dividida em sets, mas, na praia, a disputa é em uma melhor de três sets de até 21 pontos, sendo necessário no mínimo dois pontos de diferença para que uma dupla feche um set. Caso haja a necessidade do terceiro set para o desempate, este dá a vitória para a dupla que fizer 15 pontos primeiro, contanto que também abra dois de diferença no mínimo.  

O sistema de disputas será o mesmo dos Jogos do Rio-2016, com vinte e quatro duplas divididas em seis grupos de quatro. As duas mais bem colocadas de cada chave avançam direto para as oitavas de final. As terceiras colocadas são comparadas em um ranking por seus desempenhos durante a primeira fase, sendo que as duas melhores destas também avançam direto para a próxima fase. Já as outras quatro disputam entre si jogos extras por outras duas vagas, até que sobrem apenas dezesseis no total. De aí em diante, é sempre em fase de mata-mata, na qual o time que quiser o ouro não poderá mais perder. 

Local 

O local escolhido para a realização do torneio é o Shiokaze Park Stadium, uma arena com capacidade para até 12 mil espectadores construída temporariamente no parque de mesmo nome, em Shinagawa, um dos bairros de Tóquio. 

O Shiokaze Park Stadium irá tirar o esporte da praia e levará para as margens do rio Meguro. Foto: Tokyo Metropolitan Government/Divulgação.

Outros favoritos 

A dupla canadense tem tudo para levar o Canadá de volta ao pódio da modalidade. Foto: Divulgação/FIVB.

As canadensesSarah Pavan e Melissa Humana-Paredes são as atuais campeãs mundiais, vencedoras da temporada de 2019 e fecharam a corrida olímpica na primeira colocação do ranking. A dupla quer recolocar o Canadá no pódio na modalidade, já que o país tem somente uma medalha em sua história, de bronze, conquistada por John Child e Mark Heese em Atlanta-1996. Pavan, aliás, é bem conhecida da torcida brasileira, pois jogou a Superliga pela equipe do Rio de Janeiro nas temporadas de 2012 a 2014 ajudando o time de Bernardinho a conquistar dois títulos nacionais. Depois disso, migrou para a praia para realizar o sonho de ser atleta olímpica. 

A dupla Taliqua Clancy e Mariafe Artacho del Solar, da Austrália, também querem colocar o país novamente no topo do pódio olímpico, algo que não acontece desde as Olimpíadas de Sydney em 2000.  

A jovem dupla norueguesa Mol e Sorum são a sensação do circuito masculino da modalidade. Foto: Emil Sollie / Red Bull Content Pool.

Anders Mol (23 anos) e Christian Sorum (25 anos), representando a Noruega, estão no topo do ranking mundial e viraram uma espécie de popstars da areia. São disparados os grandes favoritos ao título olímpico, uma vez que sobraram no circuito internacional e levaram as duas últimas temporadas do circuito mundial vencendo três etapas e o Finals em 2018 e nada menos do que oito etapas do circuito no ano seguinte. São, também, bicampeões europeus, 2019 e 2020, e medalhistas de bronze no Mundial de 2019. 

A Noruega pode não ter tradição no vôlei de praia, ainda mais por ser um país conhecido por ser muito frio durante o ano todo, mas esses jovens “Vikings do vôlei” prometem incendiar nos Jogos de Tóquio e criar uma revolução nas gélidas terras escandinavas.  

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