Foto de capa: Getty Images.
Por Lucas Santos
Em uma noite movimentada no Madison Square Garden, em Nova York, o campeão dos meio-médios Kamaru Usman negou pela segunda vez a possibilidade de seu arquirrival Colby Covington se tornar campeão do UFC, derrotando-o por decisão unânime dos jurados (48-47,48-47 e 49-46). Com o resultado, o nigeriano conquista sua quinta defesa de cinturão consecutiva e mantém sua posição como lutador número um peso-por-peso do Ultimate.
Ao contrário do primeiro encontro, a revanche foi bem mais estudada, logo no começo Covington pôs seu wrestling para jogo, sendo bloqueado por Kamaru, que buscava manter seu oponente caminhando para trás. Ambos trocavam combinações calculadas, com poucas brechas defensivas sendo apresentadas. No segundo assalto, o ritmo se manteve o mesmo, Mas Usman acertou dois cruzados de esquerda que levaram o americano à lona no final do round, que acabou salvo pelo gongo.
Recuperado após o intervalo. Colby voltou a encurralar o campeão contra a grade, que negava as tentativas de queda e parecia não estar incomodado com os golpes que recebia. Contudo, Covington passou a encontrar o alvo no decorrer do combate, e fez o nigeriano balançar no quarto assalto. O rendimento crescente do americano levou Usman a recalcular sua estratégia, o que gerou um round final disputado. No fim, os juízes declaram vitória de kamaru Usman, que segue sem um rival a sua altura no octógono.
Rose Namajunas supera Weili Zhang em disputa de título equilibrada

Quase sete meses após o primeiro encontro, Rose Namajunas e Weili Zhang voltaram a disputar o cinturão do peso palha. A revanche foi extremamente disputada, mas a campeã manteve seu reinado, vencendo por decisão dividida (48-7, 47-48 e 49-46). A chinesa logo mostrou que seu treinamento com o ex-duplo campeão do UFC Henry Cejudo, utilizando movimentação para emplacar as habilidades de wrestling que aprendeu com o “Triplo C”. A estratégia continuou a funcionar no segundo e no terceiro assalto, mas Rose logo passou a escapar da posição de inferioridade com facilidade e a responder na mesma moeda.
Já nos rounds de campeonato, as iniciativas eram poucas e cautelosas, tanto em pé quanto no chão. Por um instante, Weili tomou as costas de Rose e tentou um estrangulamento, que foi defendido. O único momento dominante foi quando a americana derrubou a já cansada adversária no quinto assalto e passou boa parte dos cinco minutos regulamentares no controle. Em bons espíritos, as duas se cumprimentaram após o duelo, e ouviram Bruce Buffer anunciar a vitória de Namajunas.
“A luta foi bem diferente, e eu já tinha esse sentimento de que seria mais dura. Ela melhorou muito e me deu muito o que pensar sobre onde melhorar”.
Declaração de Rose Namajunas após a luta.
Justin Gaethje vence possível “Luta do Ano” contra Michael Chandler

Um show de violência. Esta é a melhor forma de descrever o embate entre Justin Gaethje e Michael Chandler. Os dois pesos leves cumpriram suas promessas e foram para a guerra, entregando quinze minutos eletrizantes aos fãs, que aplaudiram de pé o combate. No final, Gaethje saiu com a vitória por decisão unânime (29-28, 29-28, 30-27).
O duelo já começou a toda velocidade, com os dois trocando diretos e cruzados no centro do octógono. Chandler levou a melhor, conectou e fez o ex-campeão interino recuar. Atordoado, Gaethje se manteve vivo e passou a revidar. No segundo assalto, Michael já aparentava estar cansado, mas seguia no ritmo alucinante do adversário. Até que na metade do round, um uppercut duríssimo de Justin acertou em cheio o queixo do rival, que caiu no solo semi inconsciente, e precisou se agarrar às pernas do oponente para sobreviver.
No terceiro assalto, resumiu-se a trocação franca, com ambos desferindo socos e não se importando com a defesa. Gaethje ainda defendeu quedas e levou a melhor em pé, estando menos desgastado que Chandler, que já aceitava com o queixo os golpes que vinham na sua direção. No fim, os lutadores foram ovacionados pelo público presente. No microfone, Justin pediu uma chance ao cinturão e ainda lamentou ter nascido na era histórica errada.
“Cara, eu e ele nascemos na época errada. Eramos pra estar lutando até a morte no Coliseu. Eu quero o vencedor de Charles Oliveira e Dustin Poirier. Pode ser o Charles no Brasil ou o Poirier na Luisiana, não me importo”.
Afirmação de Justin Gaethje