Foto de capa: Reprodução/Fórmula 1
Por Lucas Furtado Isaias
Max Vertstappen foi o campeão da temporada 2021 da Fórmula 1 em um final apoteótico, digno de cinema. Após estar em grande desvantagem para Lewis Hamilton, ele conseguiu reagir, em uma relargada digna dos mais famosos thrillers do cinema mundial na última volta, após um acidente de Nicholas Lattifi impor bandeira amarela a seis voltas para fim e com bandeira verde no final da penúltima volta da última prova do ano. É a primeira vez em que um holandês conquista um título na categoria. Mesmo assim, o bom desempenho de Hamilton fez a Mercedes ser campeã no mundial de construtores, já que Valtteri Bottas chegou em sexto, enquanto Sergio Perez não completou a prova.
A corrida teve 19 pilotos competindo, pois Nikita Mazepin testou positivo para a Covid-19. Também marcou a despedida de Kimi Räikkönen da categoria após nove temporadas, já em sua segunda passagem. O finlandês competiu também entre 2001 e 2009, sendo campeão da temporada 2007.
A largada começou muito intensa com Hamilton ultrapassando Verstappen. Logo em seguida, o piloto holandês, ao tentar ultrapassar, acabou batendo de leve com o carro do piloto britânico, tirando-o da pista, mas Hamilton conseguiu voltar na frente correndo pela área de escape. A direção da prova decidiu não investigar o incidente, o que causou revolta na Red Bull, que achou que o rival conseguiu vantagem e deveria devolver a diferença ganha. Na quinta volta, Sebastian Vettel conseguiu superar Lance Stroll e alcançar o 14° lugar.
Na primeira rodada de pit stop, Max Verstappen perdeu a vice-liderança e foi para o quarto lugar, enquanto Hamilton perdeu a dianteira para Sergio Perez, que chegou a abrir uma diferença de mais de dez segundos, mas tirada, aos poucos, pelo britânico. Na 18ª volta, Verstappen superou Carlos Sainz e assumiu o terceiro lugar. Na 20ª volta, Hamilton se aproximou de Perez e iniciou uma batalha para conseguir retomar a liderança, com direito a ultrapassagens dos dois pilotos. No meio da disputa, Verstappen conseguiu tirar 5.8 segundos de diferença se aproximando de Hamilton que conseguiu voltar a liderança e logo em seguida, Perez desacelerou e cedeu a posição ao colega de Red Bull e foi para o pit stop.
Na 36ª volta, Antônio Giovinazzi, que está deixando a Fórmula 1, teve problemas com o carro e parou na faixa de areia, o que precisou chamar o safety car virtual (quando não há presença do carro, e os pilotos precisam desacelerar 40% do que vinham correndo para retirada de elementos que não causem risco a segurança da prova) para que pudesse ser retirado sem riscos. Nove voltas antes, Kimi Raikkonen teve problemas com o freio do carro, bateu na pista e deixou a prova, e a categoria. Na volta 28, George Russel também precisou encerrar a corrida mais cedo por problemas com o câmbio.
Hamilton conseguiu construir uma larga vantagem emplacando sucessivas voltas mais rápidas ao longo da prova. O piloto holandês, nas últimas voltas, tentou reagir, mas o britânico mantinha uma vantagem de cerca de 11 segundos até a 53ª volta, quando Nicholas Latifi bateu o carro na pista, e o safety car entrou para retirar o veículo, assim como os destroços. As incertezas se a corrida terminaria ou não em bandeira amarela se tornaram grandes. Em meio a um turbilhão de questionamentos, a Mercedes manteve Hamilton na pista com pneus duros, apesar de o carro do arquirrival andar com pneus macios.
Na 56ª volta, a direção de prova proibiu os retardatários de fazerem ultrapassagens, o que apontava para um fim com bandeira amarela. Contudo houve um esforço concentrado para retirar o carro, e, na volta seguinte, foi decidida a relargada da prova. Antes mesmo de chegarem para a última volta, a batalha começou, e Verstappen tirou uma vantagem de pouco mais de um segundo, ultrapassando Hamilton. O britânico tentou passar pelo holandês e chegou a ficar atrás em uma diferença de quatro centésimos, mas não conseguiu frear o concorrente, que chegou na linha de chegada para escrever uma nova página no esporte da Holanda.
No entanto, como nos filmes, o fim não necessariamente é um final. Após a corrida, a Mercedes entrou com duas reclamações contra o resultado da prova. Uma por uma ultrapassagem irregular de Verstappen antes da relargada e outra porque nem todos os carros retardatários ultrapassaram o safety car. Cerca de cinco horas depois do fim da corrida, o título de Verstappen foi ratificado com a negativa dos dois questionamentos.
Resultado da corrida
- Max Verstappen (33 – Red Bull Racing Honda) – 01:33:17.345
- Lewis Hamilton (44 – Mercedes) – +2.256s
- Carlos Sainz (55 – Ferrari) – +5.173s
- Yuki Tsonuda (22 – Alphaturi Honda) – +5.692s
- Pierre Gasly (10 – Alphaturi Honda) – +6.531s
- Valtteri Bottas (77 – Mercedes) – +7.463s
- Lando Norris (04 – McLaren Mercedes) – +59.200s
- Fernando Alonso (14 – Alpine Renault) – +61.708s
- Esteban Ocon (31 – Alpine Renault) – +64.026s
- Charles Leclerc (16 – Ferrari) – +66.057s
- Sebastian Vettel (05 – Aston Martin Mercedes) – +67.527s
- Daniel Riccardio (03 – McLaren Mercedes) – +1 volta
- Lance Stroll (18 – Aston Martin Mercedes) – +1 volta
- Mick Schumacher (47 – Haas Ferrari) – +1 volta
Sergio Perez (11 – Red Bull Racing Honda), Nicholas Latifi (06 – William Mercedes), Antonio Giovinazzi (99 – Alfa Romeo Racing Honda), George Russell (63 – Williams Mercedes) e Kimi Räikkönen não completaram a prova abandonando, respectivamente, na 55ª, 53ª, 36ª, 28ª e 27ª volta. Nikita Mazepin (09 – Haas Ferrai) não participou da corrida.
Volta mais rápida: Max Verstappen – 01:26:103 (39ª volta)
Classificação final do Mundial de Pilotos
° | Piloto | Pontos |
01 | Max Verstappen | 395.5 |
02 | Lewis Hamilton | 387.5 |
03 | Valtteri Bottas | 226 |
04 | Sergio Perez | 190 |
05 | Carlos Sainz | 164.5 |
06 | Lando Norris | 160 |
07 | Charles Leclerc | 159 |
08 | Daniel Ricciardo | 115 |
09 | Pierre Gasly | 110 |
10 | Fernando Alonso | 81 |
11 | Esteban Ocon | 74 |
12 | Sebastian Vettel | 43 |
13 | Lance Stroll | 34 |
14 | Yuki Tsonuda | 32 |
15 | George Russell | 16 |
16 | Kimi Räikkönen | 10 |
17 | Nicholas Latifi | 07 |
18 | Antonio Giovinazzi | 03 |
19 | Mick Schumacher | 00 |
20 | Robert Kubica | 00 |
21 | Nikita Mazepin | 00 |
Classificação final do Mundial de Construtores
° | Construtora | Pontos |
01 | Mercedes | 613.5 |
02 | Red Bull Racing Honda | 585.5 |
03 | Ferrai | 323.5 |
04 | McLaren Mercedes | 275 |
05 | Alpine Renault | 155 |
06 | Alphaturi Honda | 142 |
07 | Aston Martin Mercedes | 77 |
08 | William Mercedes | 23 |
09 | Alfa Romeo Racing Ferrari | 13 |
10 | Haas Ferrari | 00 |
Calendário 2022 da Fórmula 1
A Fórmula 1, em 15 de outubro, divulgou o calendário da temporada 2022 com a previsão de ter 23 corridas, início de temporada em 20 de março e estendendo-se até 20 de novembro. Será a temporada com o maior número de corridas da história.
O calendário pode sofrer alterações ao longo do período por conta da pandemia do coronavírus, já que a variante Ômicron fez com que alguns países retomassem restrições para viajantes internacionais. A Fórmula 1 está confiante de que pode cumprir o calendário integralmente, mas o diretor esportivo, Steve Nielsen, em 10 de dezembro, admitiu preocupação com a nova variante e um possível novo agravamento da pandemia pelo mundo.
O calendário 2022 que foi divulgado 45 dias antes da informação de uma nova variante ter sido detectada por cientistas sul-africanos, em 24 de novembro, já não tinha a corrida da China devido às incertezas de sua realização por conta das restrições que o país impõe com sua política de ter zero casos diários de Covid. O Catar, que debutou na categoria em 2021, não estará presente na temporada 2022 em razão da preparação para receber a Copa do Mundo de Futebol Masculino, que começará no dia seguinte ao término da temporada da categoria.
Data | Grande Prêmio | Cidade |
20 de março | Bahrein | Sakhir |
27 de março | Arábia Saudita | Jeddah |
10 de abril | Austrália | Melbourne |
24 de abril | Emilia Romagna* | Imola |
08 de maio | Miami** | Miami |
22 de maio | Espanha | Barcelona |
29 de maio | Monaco | Monaco |
12 de junho | Azerbaijão | Baku |
19 de junho | Canadá | Montreal |
03 de julho | Inglaterra | Silverstone |
10 de julho | Áustria | Spielberg |
24 de julho | França | Le Castellet |
31 de julho | Hungria | Budapeste |
28 de agosto | Bélgica | Spa |
04 de setembro | Holanda | Zandvoort |
11 de setembro | Itália | Monza |
25 de setembro | Rússia | Sochi |
02 de outubro | Singapura* | Singapura |
09 de outubro | Japão | Suzuka |
30 de outubro | México | Cidade do México |
13 de novembro | Brasil | São Paulo |
20 de novembro | Abu Dhabi | Abu Dhabi |
*A confirmar
** Sujeito a homologação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA)
E a preocupação da categoria não é em vão. Ao mesmo tempo em que o Reino Unido torcia para que Hamilton escrevesse um novo capítulo na história do esporte britânico, os cidadãos dos quatro países que compõem a região começavam a se preocupar com o salto de casos da variante, tornando-se o novo foco da Ômicron. Em 12 de dezembro, o Reino Unido teve 1.239 casos envolvendo a variante, segundo a Agência de Segurança Sanitária. O número é quase o dobro do registrado no dia anterior, 633. O salto fez com que o governo britânico aumentasse o nível de alerta de 3 para 4 em uma escala de gravidade que vai até 5.
O avanço da Ômicron fez com que o primeiro-ministro Boris Johnson fizesse um pronunciamento à nação anunciando que o Reino Unido viveria uma onda gigantesca da nova variante e que a situação é de emergência. No discurso pré-gravado, foi anunciado que todos os adultos terão acesso à dose de reforço de maneira antecipada, desde que tenham tomado a segunda dose três meses antes, até 31 de dezembro, e que outras consultas oferecidas pelo serviço público de saúde (NHS) podem ser adiadas para 2022 para priorizar a vacinação. Novas restrições não foram anunciadas, por enquanto.