Foto de Capa: Lucas Furtado Isaias
Por Sabrina Freitas
A IX Jornada de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e Iniciação Científica (IC) foi realizada no dia 12 de maio, no auditório da FACHA e também transmitida em live pelo canal da faculdade do YouTube. A Jornada tem como intuito, depois de 2 anos online, apresentar os melhores trabalhos de TCC produzidos no ano anterior e os projetos de IC que estão sendo desenvolvidos de 2021 a 2022. Foi aberta pela diretora acadêmica da instituição, Flávia Maranho, contando sua trajetória de iniciação científica e todo o caminho percorrido na sua trajetória acadêmica, para uma plateia formada por alunos, ex-alunos e professores da faculdade.

A palestra de abertura teve como convidado o ex-aluno de Publicidade e Propaganda da FACHA e atual professor da UFF, Guilherme Nery, que contou sobre sua história acadêmica desde o curso de publicidade, seus mestrados e doutorados, até sua última pós-graduação.
O doutor em Comunicação e Cultura falou sobre o REC (Retórica do Consumo), grupo de pesquisa que existe desde 2008, no qual estudam as tendências e mudanças dentro do mundo publicitário. O projeto conta com professores das mais diversas faculdades do estado do Rio de Janeiro, e tem como resultado lançamentos de livros, como, por exemplo, o Cyberpublicidade, publicado em 2014.

A pesquisa atual é sobre desinformação e Fake News, tema que desde antes das eleições de 2018 tem sido abordado com frequência nas mídias e não foi diferente durante a palestra.
‘’A gente pesquisa hoje, como a propaganda e publicidade se disfarçam de desinformação. Como a desinformação é uma forma de propagação não só de ideologia, mas também de interesses mercadológicos de certos grupos’’, conta Nery.
Ele explicou que, com sua visão publicitária e filosófica, percebe que com o nosso jeito de viver enxergamos apenas o que está dentro de nossas bolhas sociais e ideológicas, muita das vezes sendo intolerantes com opiniões diferentes das nossas. “Deveria ser mais do que tolerar a opinião diferente da sua, tolerar parece uma coisa de aturar. É o mínimo, mas é pouco. Acho que a gente tem que valorizar o diferente pelo fato dele ser diferente da gente, senão a gente fica fechado em bolhas que são radicalmente antidemocráticas e isso facilita o discurso do ódio que a gente tá vendo por aí’’.

A professora de jornalismo da FACHA, Ana Paula Goulart, trouxe a perspectiva do problema da desinformação em todas as áreas como por exemplo direito, cinema e, principalmente, jornalismo.
No bate-papo com o público, as eleições foram o primeiro tópico a ser mencionado e como as desinformações afetariam no cenário atual. O palestrante demonstrou preocupação em relação ao assunto e falou sobre o conceito de homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda, explicando que a sociedade brasileira usa uma máscara, que apenas se veste como ‘’legalzão e simpaticão’’ como ele disse, mas por baixo tem uma formação social violenta e preconceituosa.

Outra questão levantada pela plateia, também em relação a fake news, foi se as pesquisas já se conduzem para o uso de uma ferramenta que pode evitar esse tipo de propagação que pode chegar a níveis globais. Guilherme apresentou a Conecta UFF, que é uma rede de pesquisadores sobre desinformação, contando com profissionais de áreas como engenharia da computação, direito e psicologia, que criaram um curso on-line para formar agentes da sociedade civil de combate à desinformação e Fake News, da qual ele mesmo participa.
O primeiro bate-papo da jornada se encerrou com mais perguntas sempre em relação à desinformação. A Jornada aconteceu durante toda a noite com apresentações de trabalhos de TCC’s Nota 10 e de Iniciação Científica.
Você pode assistir o evento na íntegra aqui: