Como funciona os reajustes de passagem no metrô?

Foto de Capa: ANPTrilhos

O preço da passagem do metrô na cidade do Rio de Janeiro aumentou drasticamente neste ano. Mas grande parte da população não entende o porquê desse aumento e o que está envolvido nele. Vamos entender? 

A explicação dada pela Secretaria de transporte do Estado do Rio de Janeiro para o último reajuste de 12%, passando de R$ 5,80 para R$ 6,50, é por conta da pandemia do Covid-19. Com o isolamento social, a circulação de passageiros diminuiu absurdamente em comparação aos últimos anos.  

Existem 3 tipos de aumentos para o metrô: o quinquenal, quando de 5 em 5 anos é feito o equilíbrio de passageiros. Caso tenha mais passageiros que o esperado esse valor é retornado para a concessão em forma de investimento, mas, quando a demanda fica abaixo da expectativa, é necessário o reajuste da passagem para equilibrar a concessão. Existem as revisões anuais que são medidas pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) que, por sua vez, é atrelado ao dólar e existem as revisões extraordinárias.  

Esta última é difícil de acontecer, mas ocorreu agora com o efeito da pandemia, pois o metrô regrediu de 900mil passageiros diários para 120 mil e, hoje, não passa dos 400 mil. Com isso, precisou ser feito uma correção de demanda. O metrô se sustenta com o valor da passagem, mas com a queda de passageiros, isso não acontece mais. Com isso o Estado teria que aportar dinheiro para o reajuste não ser repassado, mas o governo do Estado alega que não aporta dinheiro em uma concessão pois o dever é da concessionária. Segundo a Secretaria de Transporte do Estado do Rio de Janeiro, essa correção é negociada toda vez com as concessionárias para não serem repassadas para os passageiros. 

No entanto, o contrato de concessão do MetrôRio prevê que o governo do Estado deveria aportar dinheiro para conter esses aumentos e para melhorar os trens e as estações. 

Gráfico: Lucas Menescal

Isso porque, no Rio, diferente de São Paulo, os transportes não são geridos pelo Estado. Quem administra o metrô, por exemplo, é um empresário. Os transportes possuem contratos de concessão, ou seja, o Estado fiscaliza e possui a titularidade, mas a empresa tem o encargo de administrar o mesmo. 

Mas por que aumenta o metrô hoje em dia? Essa pergunta é feita por muitos cariocas, mas a resposta é simples. Aumenta pois sempre aumentou, mas como a porcentagem era baixa não atingia muito o orçamento da população. Porém como o IGP-M aumentou 25% no último ano, lembrando que ele é vinculado ao dólar que teve a maior alta da história, o reajuste da passagem é maior e naturalmente é sentido mais pelos usuários. 

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