Foto de Capa: Carolina Médici
Por Yago Souza
A professora e coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), Kícia Carvalho, e a coordenadora do curso de Direito, Carolina Médici, levaram os alunos de Direito e Jornalismo para visitar a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, no dia 23 de maio. O delegado Wilson Ferreira e alguns colegas de trabalho mostraram como funciona todo processo de uma investigação.
O delegado começou a visita explicando sua tese de doutorado, que consiste na Teoria da valoração crimino-fenomenologica, que questiona até que ponto um delegado tem poder e decisão sob uma investigação. Esse doutorado se transformou em um livro ‘Teoria da valoração crimino-fenomenologica’, pela Editora Juspodivm.

Após explicar sua tese, Wilson Ferreira levou os alunos para conhecer a parte interna da delegacia. Eduardo Portes, que trabalha na área da papiloscopia (estudo da identificação humana pela digital), mostrou sua maleta, com diversos equipamentos que são utilizados para a identificação de digitais sobre diversas superfícies e mostrou como funciona o banco de dados de digitais, utilizado pela polícia do Rio de Janeiro.
Ao todo os alunos conheceram 3 áreas da delegacia, Plantão, a permanência perícia e a Sala do delegado, sendo instruídos por policiais que estavam no local, explicando minuciosamente como funciona cada passo de uma investigação policial.
O delegado Wilson explicou qual a importância dos alunos de Jornalismo e Direito irem para essa visita e conhecer mais de perto tudo isso, “a importância de ter futuros jornalistas e advogados é a ampliação de contatos da Polícia Civil com os demais órgãos da sociedade, que irão contribuir com a justiça como um todo. Para os futuros jornalistas, sabendo das questões que precisam ser perguntadas e os limites das perguntas, é muito importante para que possam exercer o seu trabalho e informar a sociedade da melhor forma possível e para os futuros advogados para saber como interceder, ajudar e contribuir com esse ideal de justiça”.
Wilson diz que, no desastre de Petrópolis, os policiais utilizaram técnicas francesas, para descobrir o parentesco das vítimas que estavam sem RG, utilizando DNA dos familiares que não achavam seus entes. Os profissionais aprenderam o uso da técnica com um policial francês, em uma palestra. Na tragédia foram 233 mortos.
A coordenadora do curso de Jornalismo e editora-chefe do Em Todo Lugar, Ivana Gouveia, diz sobre o valor dos alunos de Jornalismo irem até o local, “como futuro mediador social, é importante para o estudante de jornalismo entender como funcionam as estruturas sociais. A visita à delegacia faz parte dessa construção do conhecimento sobre a sociedade, assim como tantos outros espaços que devem ser conhecidos pelos jornalistas”.
Carolina Médici, coordenadora do curso de Direito, explica sobre a importância dos alunos comparecerem à delegacia de Homicídios, “é uma possibilidade dos estudantes conhecerem o funcionamento desse equipamento público e verem o dia-a-dia de trabalho do delegado de polícia, peritos e inspetores, em uma delegacia especializada em Homicídios. Existem nuances e realidades que só são percebidas in loco”.
A professora Kícia Carvalho falou do valor que essa visita teve para os alunos de Direito: “a importância de se conhecer a prática policial e seus procedimentos é de suma relevância para que o advogado possa saber quando e como deve ser a sua atuação. Além de ter contato com outra alternativa de trabalho do Bacharel em Direito. Consta acrescentar que há uma boa apreciação do confronto entre a teoria, aprendida na universidade e a prática”.
João Mesquita, calouro de Jornalismo, contou que sua experiência no local foi ótima, pois, lá pode ver com detalhes os equipamentos e a rotina dos policiais, podendo também entender a importância da comunicação entre os jornalistas e policiais.