“Temos um passado inteiro pela frente”: A indústria de shows no terceiro dia de #RIO2C 

Por Juliana Martins

Créditos: Divulgação #Rio2c

O momento inicial do bate-papo se baseou no panorama do showbusiness pós-pandemia. Por ter sido um período de demanda reprimida, os convidados esclareceram que, enquanto ainda correm atrás do prejuízo, lidam com os custos triplicados dessa recuperação. Juçá confessou que sente que essas impressões do período pandêmico vão cercar os produtores em todos os passos futuros. Ela, que também é diretora do Circo Voador, enxerga a falta de investimento em cultura no país como o verdadeiro inimigo da indústria. 

Afonso, que é empresário musical de grandes artistas, encara esse momento como um mar de oportunidades. “O futuro já é agora”, disparou ele. O ponto é saber aproveitar o cenário desafiador e apostar na criatividade e na inovação das estratégias, seja de artistas, de casas de espetáculos ou de festivais. “A beleza é se submeter à ousadia e à aventura”, complementou Juçá. Cristiane disparou dizendo que temos um passado todo pela frente para construir uma indústria musical ampla e diversa, no sentido de saber extrair aprendizados de cases passados para um futuro case de sucesso. 

Carol também é empresária musical, mas de artistas menores e criadora de pequenos festivais. Grande parte da palestra girou em torno da reflexão dela sobre a indústria ser um ecossistema, em muitos aspectos. Os empresários precisam dos artistas, que precisam dos festivais, que precisam das marcas e todas essas áreas precisam de visibilidade e investimento. Ela apresentou um receio de colapso da indústria, por conta de ilusões criadas pela presença inevitavelmente gigante da tecnologia nas carreiras. “Os artistas confundem os números da Internet, que dependem de outros fatores, não é necessariamente uma resposta concreta”, completou. 

Em meio a um futuro ainda incerto, Carol explicou que o cenário mainstream, de grandes artistas que estão sempre presentes na mídia, estão alimentando um certo interesse em artistas da cena midstream, de médio reconhecimento, com grande potencial. Afonso retornou, destacando o valor imprescindível das experiências ao vivo, tanto para as produtoras e os artistas, quanto para o público. “Os valores estão na experiência”, afirmação que rendeu uma indagação da mediadora: “essa grande preocupação com a experiência não acaba deixando a música de lado?” 

Ao final, Cris Nogueira refletiu sobre o impacto dos shows no âmbito social, como os sentimentos de catarse, união e humanidade. Ela também deixou uma dica aos leitores do Em Todo Lugar que gostariam de seguir no caminho do showbusiness: “Sabemos que é uma indústria muito fechada, então primeiramente, é necessário ter certeza de que é isso mesmo que você quer. Partindo daí, começa a buscar direcionamento e contato direto com as próprias produtoras, sem medo. Já existem alguns cursos para quem se interessa. Profissionais de todas as habilitações de Comunicação Social conseguem trabalhar bem com música”. 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s