Por Cadu Guarieiro

Aconteceu na quarta-feira (12/04), durante o Rio2C, o maior evento de criatividade da América Latina, o painel “Rap, Hip-Hop e Tecnologia: a incrível jornada de Lyor Cohen e o futuro da música”. O encontro com o executivo foi ministrado pela advogada, ativista das causas de gênero e raça, e empresária do grupo Racionais MC’s, Eliane Dias, juntamente com Evandro Fióti, artista, compositor, CEO e cofundador do Hub de entretenimento Laboratório Fantasma. 

Em dezembro de 2016, Lyor assumiu o cargo de chefe global de música do Google & YouTube, e não à toa. O nova-iorquino é uma figura lendária no que diz respeito à música, especificamente ao Rap e à cultura Hip-Hop, tendo iniciado sua carreira como Road Manager da Rush Management, trabalhando com o grupo Run-D.M.C., e conquistando cargos de Presidente da Def Jam – considerada a maior gravadora da história do Rap –, CEO e Presidente de gravação musical da Warner Music Group (WMG), e CEO e cofundador da 300 Entertainment. 

O painel foi montado de maneira dinâmica, com perguntas feitas de forma intercalada entre os brasileiros, em um primeiro momento, a respeito das influências familiares sobre sua trajetória profissional, e também dos valores da cultura Hip-Hop para a formação de seus valores pessoais. Para ele, a chave de seu sucesso foi a busca pelo “magnífico” desde muito jovem, complementando que seu trabalho era levar o artista para o palco e conseguir proporcionar, através daquele momento, a maior potência possível. 

Enquanto diretor da Warner, Lyor foi responsável pela assinatura de nomes como Bruno Mars e Ed Sheeran, e também pela mudança do modelo de negócios da empresa. Segundo Cohen, ter um número menor de artistas gerenciados é uma oportunidade de se aprofundar com o artista e sua música, e conectá-lo em uma escala global. Para o sucesso musical no mundo digital, Lyor acredita que, apesar da busca por curtidas e inscrições, o segredo continua no estúdio, na boa música. 

Durante o tempo em que esteve no Brasil, o executivo se encontrou com artistas locais e, durante o painel, fez questão de afirmar sobre a potencialidade presente na música brasileira, que, segundo ele, necessita de investimento para alcançar o mercado internacional e exemplificou com o porto-riquenho Bad Bunny, como a música latina é capaz de abrir portas.