A perspectiva de Ricardo Campos sobre o design no pós pandemia
Por Rodrigo Glejzer
O segundo dia do Facha Festival começou com a palestra “Como o Design pensa o mundo”, com Ricardo Campos, professor, palestrante e publicitário, há mais de 15 anos trabalhando com marketing digital, e Victor Azevedo, coordenador do curso de Design da FACHA.
O convidado, ao lado de seu sócio, Luciano Tardin, possui o Ideia Café, a mais de dez anos, com serviços prestados a empresas como Petrobras, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o foco principal é dar o suporte ao cliente verificando suas necessidades e monitorando constantemente as mudanças do mercado. Ofertar desde consultorias (posicionamento de marca e pesquisas ad hoc) até capacitação empresarial, com direito a workshops e cursos avançados, também fazem parte do trabalho. Tudo com o intuito de obter soluções diferenciadas e personalizadas a quem os contrate.

Para iniciar o debate e exemplificar sua visão quanto ao design pós pandemia no mundo, Campos utiliza-se de sua experiência de vida na Alemanha, onde estudou e mora a três anos, e sua admiração pela Bauhaus, escola de design e arquitetura alemã, para tanto exaltar pontos positivos e negativos na região. Primeiro exalta a capacidade dos alemães em formar seu produto, mas tece críticas à forma como os mesmos pararam no tempo quanto à parte gráfica. Questionado pelo professor Azevedo sobre o que seria preciso mudar na parte gráfica, Campos coloca que “falta de experimentar as coisas, ver as coisas, precisa ir a campo analisar as coisas pra ver pessoas e ver situações”, como se os germânicos estivessem muito presos a teoria e desligados do público. Pontua ainda que é preciso ver o trabalho para além da comissão ou um trabalho simples, mas como uma oportunidade de trazer a solução e não apenas coisas prontas. Ainda segundo ele, o pensamento do designer precisa ser voltado para o “pra quem?” e “pra que?”, com a ideia de tempo cada vez mais otimizado e com o intuito de cada vez mais uma maior personalização do serviço, customizando para a marca, assim como uma maior aproximação com o público. Um serviço digital humanizado e mais pessoal.
Com um pico de 70 espectadores simultâneos, a roda de perguntas inicia-se com o questionamento do participante Henrique Arlota sobre “design thinking”. Para responder, o convidado volta a reafirmar que o ideal é pensar de uma maneira menos coisificada e mais humanizada, onde não só a marca se torna responsável por integrar seus clientes como também seus colaboradores ou, em suas palavras, “se você não tem o colaborador feliz no que faz, você terá alguém trabalhando de forma mecânica. Acabar com o tom mecânico entre atendente e cliente e voltar-se para uma estrutura mais personalizada por si só já seria uma maneira do designer repaginar a comunicação”, acrescentou.
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Confira, na íntegra, a live: