Por Pedro Alonso

A cidade do Rio de Janeiro elegeu no último domingo (29) o candidato Eduardo Paes como 13o prefeito do município. Filiado ao DEM, o político conseguiu 1.629.317 votos, tendo uma margem de 28,14% sobre seu concorrente, o atual prefeito, Marcelo Crivella do Republicanos que obteve 913.700 votos.
Esta será a terceira vez que Eduardo Paes assumirá a prefeitura da capital fluminense. Formado em Direito pela PUC Rio, Paes já foi prefeito no Rio de Janeiro por dois mandatos, de 2009 a 2012 pelo PSDB, e novamente de 2013 a 2016 pelo MDB. Durante sua gestão criou as Clínicas da Família, o BRT, as novas UPAs, a Escola do Amanhã – ensino em tempo integral – o Parque Madureira, o Bilhete Único, as EDIs, a Central 1746, e muitos outros projetos.
Sua carreira política começou em 1993, quando aos 23 anos, assumiu a Subprefeitura de Jacarepaguá e da Barra. Com 27 anos foi eleito vereador com a maior votação do Brasil em 1996. Eduardo já foi deputado federal por dois mandatos entre 1999 e 2003. Ele também foi secretário municipal de meio ambiente de 2001 a 2002 e secretário estadual de turismo, esporte e lazer de 2007 a 2008. Entretanto, alguns percalços acompanham sua trajetória. Além de acusações de caixa dois, em 2017, o TRE o tornou inelegível por oito anos, condenado por abuso de poder político-econômico e por conduta vedada a agente público. Medida que foi revogada, já que ele se candidatou a governador do Estado do Rio de Janeiro em 2018, perdendo para Wilson Witzel.
Candidato | % | Votos |
Eduardo Paes (DEM) | 64,07% | 1.629.317 |
Marcelo Crivella (Republicanos) | 35,93% | 913.700 |
Votos Válidos: 2.543.019 (81,20%) | Brancos: 157.610 (5,03%) |
Nulos: 431.104 (13,77%) | Abstenção: 1.720.154 (35,45% do eleitorado) |
Em sua primeira coletiva de imprensa após ser eleito, Paes fez diversas críticas ao governo de Marcello Crivella e falou da necessidade em tratar a saúde do município como prioridade.
“Tenho muita convicção de que essa vitória de hoje é muito importante, significativa, mas tenho certeza que todos aqueles que confiaram em nossa proposta queriam dar um ‘não’ contundente a esse governo reacionário, que tomou conta da nossa cidade nos últimos quatro anos. Que foi ruim na gestão, que piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito”, disse.
Paes fez novo discurso para esta segunda-feira (30) na qual anunciou suas primeiras medidas enquanto novo prefeito no combate a Covid-19. Já está definido que Daniel Soranz, médico sanitarista, voltará a ser o secretário municipal de saúde.
Já Marcelo Crivella (Republicanos) em seu discurso de derrota agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo apoio e reforçou a dificuldade financeira que enfrentou ao governar a cidade. “Foram anos difíceis para todos nós, muitas dívidas para pagar do período olímpico. Havia também uma queda expressiva de arrecadação, muitas incompreensões na Câmara dos Vereadores, perdemos nosso vice no meio do caminho e isso, quando não se tem um vice, acaba despertando uma certa ambição eleitoral para se conseguir o cargo do prefeito”, afirmou em referência aos vários processos de impeachment e CPIs que sofreu ao longo do período na Câmara Municipal.
Por fim, o atual prefeito afirmou que embora triste, não se sente derrotado, já que perder também faz parte do jogo político.