Enfraquecimento do MDB ajuda na maior divisão partidária nas prefeituras empossadas nesta sexta
Foto de capa: Rogério Lisboa, prefeito reeleito de Nova Iguaçu e filiado ao PP (Crédito: Rogério Lisboa/Facebook-25/11/2020)
Por Lucas Furtado Isaias
Neste dia 1° de janeiro, os prefeitos e vereadores foram empossados em todo o país e suas representações partidárias ajudam a construir um tabuleiro político que pode influenciar nas articulações para as eleições estaduais e presidenciais em 2022. O Rio de Janeiro vive um cenário de muitas transformações no jogo político, em grande parte pelo enfraquecimento do MDB, que dominava as listas de prefeituras e neste pleito venceu em apenas 7 cidades, ajudando na maior fragmentação política dos prefeitos eleitos. Após a prisão do ex-governador Luiz Fernando Pezão e do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, o partido teve várias desfiliações de deputados, vereadores e prefeitos para outras siglas como, por exemplo DEM e PL, que venceram em 10 cidades, e o Solidariedade que teve 9 prefeitos eleitos.
O PP, partido do ex-governador Francisco Dornelles, que em 2016 venceu em 17 cidades, nesta eleição venceu em 11 e se tornou o partido com mais prefeitos eleitos, mesmo assim a fragmentação de partidos nas prefeituras cresceu. Nas urnas, o PSC, sigla do governador afastado Wilson Witzel, também obteve a mesma quantidade de cidades que o PP, mas o TSE, em 15 de dezembro, impugnou a vitória de Eduardo Codes, que venceu o pleito na cidade de Itatiaia, por entender que ele foi eleito para o terceiro mandato consecutivo, já que ele assumiu a prefeitura em 2016, e determinou a realização de eleições suplementares. No dia 1° de janeiro, o presidente eleito da Câmara Municipal comandará a cidade até a diplomação do novo eleito.
Situação semelhante vive Jaime Figueiredo (PROS) que venceu a disputa em Silva Jardim, mas está impedido de assumir a prefeitura pois sua candidatura foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) devido a irregularidades do CNPJ do partido na cidade durante o período eleitoral. Ele não será diplomado até uma decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o caso. O ministro Luis Felipe Salomão negou um recurso do partido sobre o caso. Quatro vereadores eleitos também estão impugnados e não foram diplomados por conta da determinação. Neste momento o partido tem apenas 1 vereador.
O PSD, partido que mais cresceu em quantidade de prefeituras no âmbito nacional, foi vitorioso em 6 cidades no estado do Rio nesta eleição. PT e PSDB elegeram um prefeito cada. O PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro à Presidência e tinha o maior tempo de horário eleitoral e fatia do fundo partidário, não elegeu nenhum prefeito.
Os 90 prefeitos eleitos e os dois em exercício a serem empossados terão a missão de, além de cumprir promessas e resolver os problemas locais, controlar a pandemia do coronavírus, que vem em tendência de alta de casos e internações no Rio de Janeiro, e organizar a vacinação em massa, além de recuperar a economia em um momento de forte crise causada pelo coronavírus e pelas dificuldades financeiras.
Partidos | Prefeitos Eleitos |
PP | 11 |
DEM | 10 |
PL | 10 |
PSC* | 10 |
Solidariedade | 9 |
MDB | 7 |
Republicanos | 5 |
PSD | 6 |
Cidadania | 4 |
PDT | 4 |
PTB | 3 |
Avante | 2 |
PODE | 2 |
Rede | 1 |
PMB | 1 |
PROS** | 1 |
PSB | 1 |
PSDB | 1 |
PT | 1 |
PV | 1 |
**O PROS está com a candidatura de Jaime Figueiredo impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por problemas do CNPJ do partido em Silva Jardim e aguarda decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente da Câmara Municipal ocupa o cargo, de maneira interina, até a decisão.