Por Armando Edra e Caio Moreno
A terceira parte do nosso guia é dedicada à promissora Divisão Sudoeste, que detém três jovens franchise players com capacidade de se tornarem os “donos” da Liga nos próximos anos, além de outros astros veteranos consolidados. Luka Doncic (Dallas Mavericks), Ja Morant (Memphis Grizzlies) e Zion Williamson (New Orleans Pelicans), mesmo muito novos na competição, já lideram suas equipes, que têm como meta principal a vaga nos playoffs.
Houston Rockets e San Antonio Spurs não terão vida fácil nesta temporada, e a vaga para a fase decisiva da Liga será um grande desafio. No caso de Houston, a perda de seus principais astros, Russell Westbrook (Washington Wizards) e James Harden (Brooklyn Nets), pode resultar em um ano apático para a franquia. Em San Antonio, a meta é retornar aos playoffs após a quebra do recorde de 22 temporadas consecutivas figurando na fase decisiva. Desde 1997, os Spurs sempre mantiveram um status de time competitivo e vencedor, mas a última temporada provou que mudanças precisam acontecer. O experiente treinador Gregg Popovich busca retornar à fase decisiva da Liga ao mesclar jovens talentos com a experiência de DeMar DeRozan e LaMarcus Aldridge, porém seus dois astros apresentam claros sinais de desgaste devido à idade, o que pode resultar em mais uma temporada sem ir ao mata-mata.
Dallas Mavericks (43-32)

Potencial quinteto inicial:
PG: Luka Dončić
SG: Josh Richardson
SF: Tim Hardaway Jr.
PF: Kristaps Porzingis
C: Willie Cauley-Stein
Dallas chega cercado de expectativas para esta temporada, com Doncic aparecendo como um dos principais candidatos ao prêmio de MVP. É esperado um Porzingis mais saudável neste ano, criando uma das melhores duplas da Liga. Richardson foi adquirido via troca e, junto com Hardaway, se beneficiará muito dos espaços criados por Luka. Cauley-Stein deve ser o pivô titular. Ele, junto a Richardson, será peça importante no lado defensivo.
Os Mavericks tiveram o ataque mais eficiente da história da NBA na última temporada (115.9 pontos a cada 100 posses de bola). Se o time conseguir o ajuste defensivo necessário, será um dos grandes candidatos a chegar, pelo menos, até a final da conferência. O banco tem bons jogadores como Brunson, Kleber, Finney-Smith e Powell. A equipe foi a segunda melhor em número de turnovers cometidos, com apenas 12.7 PJ, e em bolas de três feitas por jogo. Dallas cuida bem da bola e tem um bom aproveitamento de chutes/acertos de fora, o que é sempre uma boa combinação. Está a alguns ajustes defensivos de ser muito forte.
Houston Rockets (44-28)

Potencial quinteto inicial:
PG: John Wall
SG: Victor Oladipo
SF: Eric Gordon
PF: PJ Tucker
C: Christian Wood
O ‘small ball’, estilo de jogo que sacrifica a altura e força física da equipe para ganhar velocidade e dinamismo, adotado por Houston nos últimos anos, não terá vez na nova temporada. Os Rockets se transformaram para a próxima edição trocando e dispensando ativos importantes como, por exemplo, os astros Russell Westbrook e James Harden, o técnico Mike D’Antoni, o gerente-geral Daryl Morey e o ala Robert Covington.
Em contrapartida, o time adquiriu John Wall e DeMarcus Cousins, antigos parceiros na Universidade de Kentucky, sendo que ambos são uma incógnita por virem de lesões delicadas. A grande jogada da offseason da equipe texana foi a aquisição do talentoso ala Christian Wood.
Por fim, a troca mais importante da temporada, James Harden foi para o Brooklyn Nets; e, em uma troca envolvendo escolhas de Draft e outros jogadores com Cleveland Cavaliers e Indiana Pacers, os Rockets trouxeram Victor Oladipo dos Pacers. Agora, resta saber se o time liderado por Wall, Oladipo e Wood será capaz de reestruturar a franquia e competir por uma vaga nos playoffs.
Memphis Grizzlies (34-39)

Potencial quinteto inicial:
PG: Ja Morant
SG: Dillon Brooks
SF: Kyle Anderson
PF: Jaren Jackson Jr.
C: Jonas Valanciunas
Potencial, esse é o melhor termo para definir a equipe de Tennessee. Calouro do ano na temporada passada, Ja Morant tem tudo para dar um salto ainda maior e transformar-se em uma estrela, liderando Memphis para uma vaga nos playoffs da tão disputada Conferência Oeste. A franquia chegou perto na última temporada, mas acabou sendo derrotada por Portland no play-in, novidade da Liga.
Os Grizzlies não tiveram mudanças em seu quinteto titular e contam com o ala-pivô moderno Jaren Jackson Jr, que, ao lado de Ja Morant, pode dar trabalho a qualquer equipe. O banco está longe de ser um dos bons da NBA, mas outros jogadores podem agregar força nessa empreitada, como Justise Winslow, Tyus Jones e De’Anthony Melton. O quinteto titular, saudável, pode competir com os adversários mais fortes, entretanto será necessário mais do que isso para chegar longe.
New Orleans Pelicans (30-42)

Potencial quinteto inicial:
PG: Lonzo Ball
SG: Eric Bledsoe
SF: Brandon Ingram
PF: Zion Williamson
C: Steven Adams
Os Pelicans terão, nesta temporada, a mais pesada e imponente defesa de garrafão entre os 30 times da Liga, com Zion Williamson e o pivô Steven Adams, adquirido via troca com o Oklahoma City Thunder. Jovem talento que jogou muito pouco no seu ano de estreia devido a uma grave lesão, Zion é considerado, por muitos especialistas, como a maior estrela da competição nos próximos anos.
O quanto essa defesa forte, porém lenta, irá interferir na fluidez ofensiva do time ainda é uma incógnita, resta esperar o decorrer da temporada para se obter uma análise mais conclusiva se o encaixe do elenco foi bem montado.
A equipe sofreu uma grande perda com a saída do astro Jrue Holiday, e a chegada de Eric Bledsoe não é uma reposição do mesmo nível. A expectativa é de jogo centrado em transições envolvendo Lonzo Ball, Brandon Ingram e Zion Williamson, que, com um elenco de apoio composto por JJ Redick, Jaxson Hayes, Josh Hart e Nickeil Alexander-Walker, ajudará os Pelicans na briga por uma vaga aos playoffs.
San Antonio Spurs (32-39)

Potencial quinteto inicial:
PG: Dejounte Murray
SG: Derrick White
SF: DeMar DeRozan
PF: Lamarcus Aldridge
C: Jakob Poeltl
O time liderado pelo lendário treinador Gregg Popovich não teve grandes mudanças em seu elenco, permanecendo com uma das defesas mais suscetíveis da NBA. Não conseguiu, através do Draft, trocas e free agency, suprir essa carência.
A dupla de estrelas DeMar DeRozan e LaMarcus Aldridge está envelhecida e não consegue produzir um jogo letal como outras duplas da Liga, o que leva a crer que os Spurs precisarão de um milagre para levar o atual elenco aos playoffs e desbancar, nessa corrida, times que vêm em uma crescente como Grizzlies, Pelicans e Suns.
As chances de uma segunda temporada seguida fora do mata-mata são bem reais, o que resta saber é se a experiência de Popovich conseguirá tirar deste time o suficiente para competir em alto nível.