Por Armando Edra e Caio Moreno
A quarta divisão a ser abordada por nosso guia da temporada 2020/2021 é a Central, da Conferência Leste. O domínio desta divisão é total do Milwaukee Bucks há algumas temporadas. Desde a chegada de Giannis Antetokounmpo aos Bucks, a equipe de Milwaukee, mesmo sem conseguir o título da NBA, teve poucos adversários que a vencessem na temporada regular.
O Indiana Pacers é a única equipe capaz de fazer frente aos Bucks, mas, diante da perda de sua principal estrela, Victor Oladipo, terá a missão de manter a química de seus jogadores elevada para almejarem metas maiores do que um título de divisão. Os Pistons devem brigar, mais uma temporada, pelas últimas posições da Conferência Leste. Bulls e Cavaliers têm confiança em seus jovens elencos e sonham fazer uma temporada regular capaz de garantir uma vaga nos playoffs.
Chicago Bulls (22-43)
Potencial quinteto inicial:
PG: Coby White
SG: Zach LaVine
SF: Otto Porter Jr.
PF: Lauri Markkanen
C: Wendell Carter Jr.
Mais uma temporada começa sem que Chicago tenha qualquer esperança de conseguir grandes feitos. Desde 2016/2017, a franquia não frequenta os playoffs. E a última vez além do primeiro round da pós-temporada foi em 2014/2015, já no fim do time que marcou época e chegou à final da Conferência em 2011 com Rose, Noah, Gibson e companhia. Este será um período de aprovação para alguns jogadores.
É esperado que Coby White comande o time em seu segundo ano, com LaVine sendo um postulante a All Star após a boa temporada passada. Markkanen, indo para o seu quarto ano, precisa voltar a mostrar um bom basquete, após ter os números mais baixos da carreira em pontos, rebotes, tentativa e porcentagem de arremesso no campeonato anterior. Otto Porter iniciou muito bem a sua trajetória com o time há dois anos, mas as lesões limitaram o atleta a apenas 14 jogos e estatísticas modestas na última temporada. Precisa retomar o bom ritmo de quando chegou à cidade. Wendell Carter Jr. teve médias próximas a de duplo-duplo nas 43 partidas em que participou na Liga passada. Os fãs estão esperando um grande salto na produtividade do pivô, inclusive nos chutes de média/longa distância, ponto fraco do seu jogo.
No banco, mais juventude e jogadores com experiência que não produziram na NBA. A perspectiva é de mais uma longa temporada para a tradicional franquia, e não é por conta dos playoffs.
Cleveland Cavaliers (19-46)
Potencial quinteto inicial:
PG: Darius Garland
SG: Collin Sexton
SF: Isaac Okoro
PF: Kevin Love
C: Andre Drummond
Os Cavaliers chegam para a próxima temporada sem muitas expectativas. Assim como outras franquias, há um grande número de jovens que precisam desenvolver o seu jogo, como Sexton, Garland, Porter Jr. e a escolha de primeira rodada deste ano, Isaac Okoro. Love e Drummond oferecem a experiência necessária para equilibrar as coisas, e as recentes aquisições de Jarrett Allen e Taurean Prince dão ainda mais profundidade ao elenco. Talvez, por conta desta juventude, Cleveland tenha sido o time que mais cometeu turnovers no campeonato passado. A equipe foi a terceira pior no número de vitórias em 2019/2020, com apenas 19.
É possível que Drummond seja trocado no meio da temporada. Ninguém sabe, ao certo, o valor que ele tem, pois é uma máquina de duplo-duplo, mas é um pivô que não tem o arremesso de fora, atributo tão pedido hoje em dia e que seu novo reserva, Jarrett Allen, possui. A franquia mira o passado recente, com LeBron e Kyrie, dois jogadores selecionados por Cleveland, para ter esperança de um futuro próximo muito promissor.
Detroit Pistons (20-46)
Potencial quinteto inicial:
PG: Kilian Hayes
SG: Delon Wright
SF: Jerami Grant
PF: Blake Griffin
C: Mason Plumlee
Detroit foi um dos times que mais se movimentaram na pré-temporada. A franquia alterou quase o quinteto todo em relação à edição passada. Rose deve dar lugar ao jovem Kilian Hayes, selecionado na sétima posição do Draft. Plumlee assinou na free agency e vai ser o pivô titular. Delon Wright promete ser um pontuador importante junto a Jerami Grant (ambos chegaram via troca). A direção espera que um novo time signifique um novo começo. Os Pistons têm sofrido para montarem equipes competitivas. O ataque foi o sexto em 2019/2020, além de a equipe ter sido a pior no quesito rebotes.
Mesmo com esta nova cara, não é provável que cheguem aos playoffs. O roster está longe de ser um dos melhores da Conferência Oeste, e não se sabe como os novos jogadores irão se encaixar, visto que todos, com exceção do já experiente Blake Griffin, terão o papel mais importante de suas carreiras até agora. A expectativa é de que Rose fique mais tempo no banco, e Hayes torne-se o comandante deste time nas temporadas que seguirão.
Indiana Pacers (45-28)
Potencial quinteto inicial:
PG: Malcom Brogdon
SG: Caris LeVert
SF: T.J. Warren
PF: Domantas Sabonis
C: Myles Turner
Os Pacers tinham um dos quintetos mais completos e equilibrados da NBA. Não possuía um jogador no atual Top-20, mas Oladipo e Sabonis já foram All Stars. Entretanto Oladipo transferiu-se para o Houston Rockets, e Sabonis precisará do apoio de Malcolm Brogdon e de Myles Turner para que o time permaneça competitivo.
A franquia foi uma das que menos alterou o seu roster, e isso é um problema. O banco não tem jogadores que causam impacto quando pisam em quadra. O time teve a segunda porcentagem de arremessos em 2019/2020, atrás apenas dos Lakers, mas foi apenas o 23º ataque em pontos por jogo, com 109.4. É também o último em tentativas de bolas de três, o sexto pior em rebotes e o último em tentativas de lance livre. A qualidade existe no time titular, porém precisa de um conjunto melhor e de evolução em fundamentos básicos do jogo.
Milwaukee Bucks (56-17)
Potencial quinteto inicial:
PG: Jrue Holiday
SG: Donte DiVincenzo
SF: Khris Middleton
PF: Giannis Antetokounmpo
C: Brook Lopez
Os Bucks chegam, mais uma vez, cheios de expectativas após decepcionarem novamente no playoff passado. O time chegou com a melhor campanha de toda a temporada regular, com o MVP do campeonato anterior (que acabou ganhando o prêmio pela segunda vez), com o All Star Khris Middleton e com mais dois “ex-All Stars”, Brook Lopez e Kyle Korver. O 4 a 1 sofrido para Miami na semifinal da conferência foi um banho de água fria.
A franquia quer aproveitar ao máximo Antetokounmpo. Por isso, deram a ele o maior contrato possível em termos financeiros, e o elenco de apoio também aumentou. Torrey Craig, D.J. Augustin e Bobby Portis são boas adições para a segunda unidade, que já conta com Pat Connaughton. Este também é o ano para DiVincenzo provar que pode contribuir com o time em grande nível. Ele sairá da reserva e ganhará um lugar no quinteto inicial. Espera-se que o trio Holiday-Middleton-Antetokounmpo consiga, pelo menos, chegar até as finais da NBA.