Foto de capa: Reprodução/Rio Open
Por Lucas Furtado Isaias
Alerta: o texto contém spoilers.
Desde 2014 um evento se tornou peça importante não apenas no calendário esportivo, mas também no turístico e cultural do Rio de Janeiro: o Rio Open. Trata-se do único torneio da ATP 500 na América do Sul e se tornou um marco por levar tenistas com forte projeção e atletas que estão emergindo no circuito da ATP nas quadras do Jockey Club do Rio. Contudo a organização do torneio e a ATP informam que ainda está havendo uma busca de datas no calendário para sua realização em 2021.

Devido, justamente, a essa incerteza, a organização lançou um documentário com uma retrospectiva das sete edições realizadas até hoje. A produção está disponível para assinantes da Claro TV através do Now até agosto e foi veiculada no SporTV3 na última segunda (15), dia em que começaria a chave principal do torneio.
Rio Open – 7 Anos de Conquistas tem direção de Marcella Tobelem e locução da âncora do Show do Esporte (Band), Glenda Koslowski. Traz uma compilação dos grandes momentos do torneio, em especial o campeão da primeira edição do torneio, o espanhol Rafael Nadal, em suas três participações no torneio (2014 a 2016) e dos brasileiros que tiveram atuações marcantes. Até aqui os brasileiros não conquistaram nenhum título. A retrospectiva também mostra, através do chaveamento do torneio, os grandes destaques de cada edição até a grande final.
Além dos momentos marcantes nas quadras, também foram relembrados episódios especiais como o pedido de casamento na arquibancada da Quadra Central em 2018, assim como as homenagens a Guga e Maria Esther Bueno em 2014 e, de maneira póstuma a ela, em 2019.
As transformações do torneio nas duas últimas edições foram mencionadas como a criação, na edição de 2019, de uma cerimônia de encerramento antes do jogo da final em um formato próximo ao de torneios de maior porte como o US Open. Na última edição foram adotadas práticas sustentáveis que fizeram o torneio se tornar um evento carbono neutro com certificação da ONU. Segundo a organização, mais de 400 toneladas de carbono foram transformadas em créditos de carbono para a Usina Hidrelétrica de Jirau em Porto Velho.
Um aspecto que ficou de fora da retrospectiva é que a competição, nos seus primeiros três anos, teve o torneio da WTA na extinta categoria International e que teve como campeãs, em simples, a japonesa Kurimi Nara (2014) e as italianas Sara Errani (2015) e Francesca Schiavoni (2016). No entanto o mesmo foi descontinuado para a expansão do ATP 500 e em 2017 o espaço voltou a ser de Budapeste.
O documentário de 1 hora de duração traz depoimentos de Guga e de tenistas brasileiros que estão no circuito, como Thomaz Bellucci, e uma recuperação histórica com muitas imagens de arquivo do agora único torneio brasileiro no circuito principal do tênis.
Nascido na esteira dos grandes eventos que o Rio recebeu o Rio Open hoje é considerado mais do que um evento esportivo. É visto como um acontecimento importante para a cidade que sofreu bastante com a crise econômica após os Jogos Olímpicos de 2016, sendo fundamental para o desenvolvimento econômico e para o turismo da cidade. O documentário mostra que o torneio está ciente desta responsabilidade e reforça a sua relevância para o tênis, para o esporte e para o Rio de Janeiro num todo.
Identidade local
Mesmo sem ser realizado em sua semana habitual, o Rio Open fez anúncios na imprensa falando da importância de investir no Rio e que o torneio é uma fonte de imagem positiva para a cidade e ajuda no desenvolvimento econômico, cultural e social do Rio de Janeiro. A peça fala que o torneio gera empregos, faz a economia ser movimentada nos nove dias de partidas (contando os dois dias de qualifying) e apoia vários projetos sociais que ajudam a popularizar e levar o tênis a crianças de comunidades e cidades carentes de oportunidades e acesso a práticas esportivas. Segundo o anúncio, o Rio de Janeiro “vive um novo e brilhante momento” e o evento se orgulha de carregar o nome da cidade na marca e no nome do torneio, afirmando na conclusão do texto da propaganda que “apaixonadamente, a gente carrega o Rio mesmo, é na alma”.