Por Júlia Fonseca 

O FACHA Lives desta segunda (8), Dia Internacional da Mulher, celebrou a ocupação de presenças femininas em espaços historicamente preenchido por homens. Na transmissão, a professora e jornalista Ana Paula Goulart, recebeu a repórter e apresentadora Aline Pacheco, da Record TV Rio, para um bate-papo sobre a ocupação da mulher no jornalismo, em especial nas coberturas esportivas. 

Logo no início da conversa, a repórter e apresentadora relembrou sua trajetória, do interesse em jornalismo de moda ao jornalismo esportivo, Aline percorreu por inúmeras vertentes. A repórter também comentou sobre a necessidade de adaptação que a profissão exige, levando em conta a vida multiplataforma requerida pela carreira os jornalistas se veem acumulados de funções dentro de um curto espaço de tempo, para que, dessa maneira, a informação possa atingir a maior quantidade de espectadores.  

Além disso, Aline Pacheco discursou sobre a necessidade de um jornalismo construído coletivamente, com a força e o apoio de todos: “Acho que o jogo da vez é esse, é jogarmos juntos, é coletividade”, reforçou.   

Ao ser questionada sobre o preconceito de gênero dentro dos esportes, Aline traçou um paralelo entre seu passado e os dias de hoje, demonstrando as conquistas femininas no espaço e expondo o quanto ainda é necessário avançar. Sobre seu passado neste universo, ela mostrou que era bem mais complicado, por ter sido uma das pioneiras nas coberturas esportivas: “Na época não tinha cinegrafista mulher (…), eu tive que conquistar meu respeito na marra”, afirmou. Já hoje, Aline consegue enxergar um avanço nesse sentido, tendo em vista a quantidade de mulheres que, atualmente, ocupam espaços tradicionalmente masculinos, reforçando a necessidade de personalidades femininas fortes apoderando-se desses lugares. 

Na live, Ana Paula e Aline Pacheco debateram sobre a desigualdade de gênero dentro dos campos, apontando a área dos atletas como uma das mais afetadas por esse preconceito. Ainda nesse sentido, comentaram o forte desabafo feito pela capitã do Taboão da Serra, que expôs a desigualdade frequente entre os times masculinos e femininos, após uma partida na Arena Barueri, onde o São Paulo aplicou uma goleada de 29 a 0 no Taboão da Serra.  

Sobre este universo, analisaram também sobre a importância de uma mídia colaborativa, que dê espaço para transmissões femininas, reforçando a necessidade da ocupação de mulheres em todos os meios, evidenciando as frentes paralelas que nos deparamos ao pensar nesse assunto.  

Durante o bate-papo, Aline Pacheco fez uma revelação alarmante, a repórter contou que, no Campeonato Carioca Feminino, em um jogo entre o Botafogo e Pérolas Negras, não foi realizado teste de covid-19 nos profissionais ali presentes, entretanto, nos jogos masculinos é obrigatório a realização dos testes. Essa declaração deixa um questionamento para os órgãos responsáveis e para a FERJ: qual é a explicação para a diferença de tratamento? Não é necessário um tratamento igualitário entre os profissionais dentro dos dois campeonatos?  

Desviando um pouco dos temas esportivos, e demonstrando as diversas facetas da mulher, as jornalistas refletiram sobre o grande laboratório que são as redes sociais, analisando que o aplicativo TikTok vem sendo fortemente utilizado como um modelo informativo na Europa. Aline apontou ainda que acredita muito na potência desse aplicativo de mídia, e revelou que começará a investir em conteúdo dentro dessa plataforma.  

Por fim, Ana Paula Goulart e Aline Pacheco reforçaram a necessidade de um jornalismo mais empático, a fim de evidenciar as dores da realidade através das notícias, assim, aproximando o público de narrativas relevantes para a sociedade. 

Confira, na íntegra, a live completa: