Ferroviária supera América de Cali na decisão da Libertadores Feminina 2020 e leva seu bicampeonato continental

Já na disputa de terceiro lugar, Corinthians volta a golear e fica com a medalha de bronze 

Foto de capa: Reprodução/Twitter CONMEBOL Libertadores Feminina 

Por Idries Bulkool e Júlia Nascimento 

Guerreiras Grenás campeãs! A Ferroviária conquistou seu bicampeonato na Libertadores Feminina 2020, neste domingo (21), após derrotar o América de Cali (COL) pelo placar de 2 a 1 em um jogo emocionante digno de final no estádio José Amalfitani, em Buenos Aires. 

Esta foi a terceira participação do clube paulista. Nas duas anteriores, duas presenças na grande final: em 2015, título conquistado em cima do Colo-Colo (CHI); em 2019, decisão brasileira contra o Corinthians e vice-campeonato das grenás. A técnica Lindsay está no comando há apenas três meses, tendo sido esta a primeira competição disputada (com três vitórias, dois empates e uma derrota). Além disso, trata-se agora da primeira técnica campeã da competição continental. O Brasil se isola ainda mais como o país que mais vezes venceu a Libertadores Feminina: nove títulos, contado com o da Ferrinha.  

Escalações 

A final 

O início da primeira etapa foi de uma postura surpreendente do América de Cali, que logo foi para cima e pressionava bem a saída de bola da Ferroviária, conseguindo roubar e permanecer no campo ofensivo. Mas as Guerreiras Grenás souberam aproveitar já a primeira oportunidade, além de contarem com a sorte. Aos sete minutos, cobrança de falta de Sochor de longe pela esquerda, a bola longa quicou na frente da goleira Tapia, e ela deixou passar para dentro do gol em um erro grave, o famoso “frango”.  

Sochor abrindo o placar para a Ferroviária com falha de Tapia

A goleira do time colombiano, diferentemente da atuação que teve na eliminação do Corinthians, não fazia uma partida segura. Após o gol, falhou em outras duas chances brasileiras, mas estas não tiveram o mesmo resultado. A Ferroviária cresceu e muito após abrir o placar, direto trocando passes no campo ofensivo. Tentando reagir, aos 23, Bonilla arriscou da ponta da grande área pela direita a partir de falha da defesa paulista, porém bola por cima do travessão. Foi quando o América voltou a marcar pesado na frente e a dificultar a saída adversária. Com 27, Aline, que fez um primeiro tempo de destaque pela ponta-esquerda, roubou bola perto da área adversária, invadiu e chutou cruzado, mas Tapia encaixou.  

Aos 34, Nicoly tentou finalização da intermediária e assustou a goleira colombiana. Até que os minutos finais pegaram fogo. Pênalti a favor do América de Cali aos 37: Robledo invadia a área em velocidade pela esquerda, e Yasmin chegou não só na bola de acordo com a árbitra. Usme bateu e empatou o jogo com estilo, bola para um lado e goleira para o outro. No entanto, quatro minutos depois, penalidade para a Ferroviária: Aline driblou a marcadora entrando na área pela esquerda, foi derrubada, a árbitra mandou seguir, e Lurdinha também foi derrubada, agora dentro da pequena área. Aline foi para a cobrança e converteu com tranquilidade, recolocando a Ferroviária na frente pela vitória e pelo título.  

Usme empatando a decisão de pênalti – Foto: Reprodução/Twitter CONMEBOL Libertadores Feminina

Contudo o jogo foi outro na volta do intervalo, com 45 minutos de domínio colombiano. No primeiro minuto, quase novo empate do América, com González arrancando em contra-ataque, deixando a marcação para trás e concluindo com força, e a bola explodiu no travessão. A disposição no campo ofensivo para arrancar a igualdade no placar novamente era imensa, com as meninas do Cali trabalhando, principalmente, pelo corredor esquerdo de ataque. Aos 13, Ospina mandou na trave pela direita. Enquanto isso, as Guerreiras Grenás haviam caído muito de produção, nem conseguindo chegar à frente.  

Aos 20 minutos, González recebeu bom passe quando entrava na área, bateu de trivela e obrigou Luciana a uma bela defesa, espalmando em escanteio. As colombianas também iam bem no setor defensivo, com marcação sólida, dificultando ainda mais a vida da Ferroviária. Era pressão total, ataque contra defesa. Aos 35, Robledo encheu o pé em chute cruzado na pequena área pela esquerda, mas isolou. Dois minutos depois, Usme cobrou falta da ponta-direita para defesa de Luciana sem dar rebote.  

Já aos 45, cobrança de falta de bem longe e Castañeda cabeceou no travessão. No minuto seguinte, Luciana salvou com tapa na bola para escanteio em bola levantada na área pela direita. Na sequência, Rafa Mineira, que havia entrado há pouco, perdeu a chance de matar o jogo quando recebeu cruzamento rasteiro da direita, ficou cara a cara com a goleira e mandou para fora. Após mais pressão colombiana, o apito final veio, coroando as Guerreiras Grenás com o bicampeonato da Libertadores Feminina! 

Prêmio de consolação entre Corinthians e Universidad de Chile 

Horas antes da grande final, às 17h, Corinthians e Universidad de Chile se enfrentaram no Estádio José Almafitani em busca do 3º lugar no torneio. Vitória do Timão, novamente com goleada, dessa vez pelo placar de 4 a 0. O resultado serve para afastar a decepção na semifinal, quando acabaram eliminadas nos pênaltis, após gol de empate no fim do jogo. Além disso, a equipe brasileira leva para casa uma premiação de 30.000 dólares. 

O primeiro tempo de jogo foi de domínio corintiano, que controlou a posse de bola e buscou o gol a todo instante. Abusando dos cruzamentos pela esquerda da capitã Tamires, o Corinthians também esbarrou diversas vezes na goleira das Leoas, Natalia Campos. Apenas aos 34 minutos, após troca de passes e entrada perigosa na área, Gabi Nunes foi derrubada e a Árbitra assinalou a penalidade máxima. Na cobrança, Adriana teve a calma de deslocar a goleira para a esquerda e empurrar a bola para a direita, abrindo o marcador. As chilenas foram cautelosas, se defendendo e tentando sair nos contra-ataques. Porém, faltou velocidade e efetividade na troca de passes, o que não gerou perigo à meta brasileira. 

Foto: Rodrigo Gazzanel/Corinthians Futebol Feminino

2º TEMPO 

A Universidad de Chile até tentou ser mais ofensiva na segunda etapa, mas foi muito pouco perigosa, parando na forte marcação corintiana. O Timão continuou atacando e os gols foram aparecendo com maior facilidade. O segundo veio com Victoria Albuquerque, após cruzamento rasteiro de Adriana que sobrou nos pés da atacante, aos 20 minutos. Dez minutos depois, Juliete fez o gol mais bonito do jogo, recebendo e tocando de cobertura para encobrir a goleira Natalia Campos. Fechando a conta, já nos acréscimos da partida, a bola sobrou novamente nos pés da atacante Victoria que, atenta, empurrou para o fundo do gol. 

Premiações 

Equipe campeã, a Ferroviária ganhou o prêmio em dinheiro de 85 mil dólares. Já o Corinthians, medalha de bronze, arrecadou 30 mil dólares. Vale destacar que o time masculino do Palmeiras, campeão da Libertadores 2020, foi parabenizado com 15 milhões de dólares pela conquista, mais uma evidência da discrepância imensa ainda existente entre as modalidades, o que torna comparações entre futebol feminino e masculino incabíveis. Ainda assim, a evolução das mulheres em campo é mais do que notória e sempre será proporcional ao investimento.  

Próxima edição 

A Libertadores Feminina 2021 está prevista para ocorrer daqui a poucos meses, no Chile, de 30 de setembro a 16 de outubro. 

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