Mercado da moda tem crescimento em vendas on-line na pandemia


A indústria da moda sofreu queda no faturamento com a pandemia, mas o E-commerce vem crescendo e se tornando tendência

Arquivo: Novo Negócio

Por Rafaela Alves e Rafaela Lohana

O impacto do fechamento das lojas físicas do comércio não essencial em razão da pandemia provocada pela Covid-19 ocasionou um aumento da procura virtual pelo segmento de moda e acessórios. De acordo com o Relatório do E-commerce no Brasil Abril/2021 – realizado pela agência Conversion – o faturamento subiu cerca de 63,18% nas vendas online.

Entretanto, esse alcance se projeta de forma diferente entre os pequenos negócios e empreendedores do ramo. Em pesquisa online, realizada entre fevereiro e março, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que 71% dos negócios de pequeno porte afirmaram ter tido um faturamento pior que o de 2019, com menos 34%.

“Atualmente, meio por cento das empresas de Moda no Brasil são de médio e grande porte, mas são estas que têm maiores condições de competir”, afirmou Luiz Alberto Marinho, sócio diretor da empresa Gouvêa Malls, sobre o contexto de desvantagens que os pequenos empreendedores sofrem, já que segundo ele a concorrência é desnivelada com a presença das lojas de departamento, “somente a Riachuelo, C&A e a Renner respondem por 20% do faturamento de moda brasileira”.

De fato, os lojistas tiveram que se reinventar, ingressando de vez no mercado virtual. As mudanças que foram proporcionadas, além de manter o respeito às medidas de segurança de saúde, possibilitaram aos consumidores, a praticidade e conforto de não precisar sair de casa para realizar uma compra e a variedade de preços para um mesmo produto. Segundo Luiz Alberto, “a tendência não é uma migração para o online, é uma integração entre o online e o offline. (…) O termo que o Varejo utiliza é omnichannel, fundição dos dois mundos, o físico e o digital. As pessoas podem começar um processo (de compra) pesquisando na Internet e depois ir buscar o produto na loja ou vice-versa, indo a uma vitrine e depois pesquisando os preços através do celular ou em casa”.

Sustentabilidade, conforto e novas tendências


Entre janeiro e março de 2021, o e-commerce de Moda faturou cerca de R$ 134 milhões, registrando um volume de 244% de crescimento em pedidos, de acordo com a Nuvemshop – plataforma de desenvolvimento de e-commerce. O mercado continuou lançando novas tendências de vestuário e se adequando a um novo conceito em que o conforto e a liberdade se tornaram características fundamentais na compra de um novo modelo de roupa.

“Não é à toa que marcas como o Grupo Soma, estão querendo adquirir outras marcas que falem sobre essa moda mais despojada. Nos Estados Unidos, percebe-se um movimento importante de marcas como a LuluLemon, que vende roupas para yoga, por exemplo, que as pessoas estão começando a usar no dia a dia. Esse realmente é o movimento que tende a se acelerar, especialmente, porque o home office se estabilizará mesmo no pós-pandemia”. Marinho também afirmou que o modo de relação dos indivíduos com as marcas sofrerá alterações, já que o ambiente virtual demanda uma personalização e canais diretos e horizontais com o cliente, para além, a experiência da compra afeta diretamente no faturamento e na imagem da marca.

Em relação às futuras tendências para o mercado da Moda, os desfiles nas redes sociais, Live-commerce, roupas digitais, e a sustentabilidade são apostas em progressão para os próximos anos. “Talvez uma das mais importantes das tendências é a de sustentabilidade, com a consciência crescente do consumidor que a indústria da moda utiliza de muitos recursos naturais, ela vai precisar trabalhar mais com a reciclagem. E esse processo vai fortalecer ainda mais o segmento de roupas de segunda mão e os modelos de negócio de looks por assinatura”.

4 comentários sobre “Mercado da moda tem crescimento em vendas on-line na pandemia

  1. Acredito que muitos setores tiveram um aumento considerável das vendas online na pandemia, eu mesma passei a comprar muito mais de 2020 pra cá. O que vejo bastante é as empresas investirem em marketing digital para chegar até o público, acho isso interessante.

    Curtir

Deixe um comentário