Foto de Capa: Divulgação/FACHA
Por Caio Mendes
Em live realizada no Instagram da Faculdade Facha (@faculdadefacha) na noite da última segunda (03/05), o coordenador da Escola de Comunicação e Artes (ECOAR), Rafael Melo, conversou sobre o programa de maior audiência da televisão aberta brasileira, o Big Brother Brasil, e seus desdobramentos sobre Reputação, Marketing e Fenômeno Social, com os professores Victor Azevedo e Gabriel Gutierrez.
Num primeiro momento, Rafael explicou a questão do crescimento do programa devido à chegada das celebridades e um cenário totalmente reformulado em comparação aos programas anteriores. Em complemento a fala inicial, Victor ressaltou como o programa inverteu a lógica com um produto mais transmidiático:
“Eles (TV Globo) tiraram o programa só da TV e trouxeram para outras mídias, não só a mídia da internet. Quando isso aconteceu, houve uma virada de chave. Esta já é uma nova subida de ciclo de vida de produto”, disse o professor.

O professor Gabriel Gutierrez ressaltou o fenômeno que o programa é a partir de uma reflexão do BBB do ponto de vista comunicacional e econômico:
“Como a televisão ainda consegue fazer este tipo de coisa… A TV Globo entendeu que precisava incorporar o programa à realidade da internet e junto com a internet as tretas de internet”, ponderou Gutierrez.
Num certo ponto, os convidados dialogaram sobre a imagem da construção do projeto que é altamente ligada à internet, como parte vital para o sucesso no Século XXI. A grande sacada da Globo, segundo os convidados, é conseguir entregar um projeto que integra dois veículos de massa sem qualquer prejuízo. Num meio acadêmico havia uma dúvida se o BBB realmente entregava um case de estudo ou se era apenas perda de tempo, mas conforme a atualização, ele se confirmou como algo agregador e que merece reflexões.
O papo ainda falou sobre como as marcas mudaram o seu foco. Nas primeiras edições, os anunciantes procuravam apenas o BBB. Nos dias de hoje, elas procuram os participantes. Esse processo é em tempo real e muitas das vezes sem o próprio participante perceber enquanto disputa o prêmio:
“Ela (TV Globo) tem um alcance ainda muito grande. A Globo, como TV, fica o tempo todo investindo no Globoplay e como eles souberam transmitir o que eles enxergam na internet para o BBB, as marcas devem estar presentes no programa, sim”, explica Victor.
A conversa ainda alertou sobre como as marcas mudaram o seu foco. Nas primeiras edições, as empresas procuravam apenas o BBB. Nos dias de hoje, elas procuram os participantes. Esse processo é em tempo real e muitas das vezes sem o próprio participante perceber enquanto disputa o prêmio. No fim, os participantes falaram sobre os cancelamentos dentro da edição e como o livro 1984, do escritor George Orwell, exerceu forte influência como storytelling:
“Tudo é muito curioso, que o George Orwell tenha feito uma obra fazendo uma crítica à vigilância e o entretenimento tenha conseguido converter isso em um produto com grande sucesso”, finalizou Gabriel.
Assista a transmissão aqui: