Foto de Capa: Lucas Figueiredo/CBF.
Por Rodrigo Glejzer
Botafogo e Coritiba se enfrentaram pela segunda partida da final da Copa do Brasil Sub-20 neste domingo (20/06). Depois de empatarem em 1 a 1 no Couto Pereira, em Curitiba, no dia 13 de junho, as equipes voltaram a duelar no Raulino de Oliveira, estádio do Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Retrospecto do Botafogo
A equipe carioca começou com tudo a Copa do Brasil Sub-20 ao golear a equipe de Castelo-TO por 10 a 0 na primeira fase. Classificados para as oitavas de final, tiveram que enfrentar os gaúchos do São José. Depois de vencer em casa por 2 a 0, o Botafogo garantiu vaga para a fase seguinte ao empatar em 1 a 1 no Rio Grande do Sul. Pelas quartas de final, o Fogão foi ao Nordeste enfrentar a equipe cearense do Floresta. Vencendo por 2 a 1 como visitante e marcando 3 a 0 no Nilton Santos, os cariocas garantiram a classificação para as semifinais.
Para chegar à final, o Botafogo teve que enfrentar o Avaí. Mais uma vez, venceu em casa e manteve-se invicto como mandante ao bater os catarinenses por 2 a 0, mas acabou sofrendo a primeira derrota na competição ao perder na Ressacada por 1 a 0. Nada que impedisse o eterno time de Mané Garrincha de alcançar a final da Copa do Brasil Sub-20. Pela primeira vez desde 2012, quando o torneio passou a ser realizado anualmente, os cariocas conseguiram chegar à decisão da competição. Em outras duas oportunidades, 2013 e 2018, o Botafogo atingiu as semifinais, até então suas melhores campanhas.
Retrospecto do Coritiba
Pela primeira fase, o Coritiba aplicou uma goleada de 8 a 0 sobre o União Rondonópolis-MT. Depois de um começo tranquilo, os curitibanos encararam o Bahia nas oitavas. Depois de vencer por 1 a 0 no Couto Pereira, o Coxa Branca conseguiu segurar o ímpeto dos baianos em Pituaçu, empataram em 2 a 2 e classificaram-se para a rodada seguinte. Nas quartas, a equipe de Curitiba empatou em 2 a 2 com o Atlético-MG e conseguiu vencer fora de casa por 2 a 0 para garantir, pela primeira vez, presença nas semifinais.
A disputa pela vaga na final foi contra o Internacional de Porto Alegre. Os gaúchos já conquistaram o título uma vez, em 2014, e iam em busca do bicampeonato da competição. Todavia o Coxa Branca conseguiu empatar no Rio Grande do Sul, em 1 a 1, e impor-se no Couto Pereira, vencendo por 3 a 2. Depois do vice-campeonato do Atlético-PR em 2015, o estado do Paraná recebeu outra oportunidade de levar a Copa do Brasil Sub-20 para casa.

Expectativa para a final
Com ambas as equipes vindo de campanhas bastante sólidas, o Coritiba invicto e o Botafogo com apenas uma derrota, a final prometia bastante equilíbrio. O jogador mais conhecido em campo estava do lado carioca. Atacante de ofício, Matheus Nascimento já fez aparições na equipe principal do Fogão, além de ser presença constante nas categorias de base da Seleção brasileira.
Em maio deste ano, surgiu a notícia de que o time de General Severiano recusou uma proposta de mais de R$ 100 milhões pelo centroavante. A tentativa veio de um clube português, não identificado, e foi negada porque os dirigentes cariocas acreditam que Nascimento tenha potencial suficiente para ser vendido por mais dinheiro do que foi oferecido.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2021/D/P/wARS63QK2yY00ZyuJPoA/50657683078-fa1e5835b9-o.jpg)
A decisão: primeiro tempo
Em campo, as equipes se mostraram bem parelhas e conseguiram boas oportunidades de marcar. A primeira delas logo aos oito minutos de partida pelo lado do Coritiba. Depois de receber cruzamento dentro da área carioca, o atacante Luizão desperdiçou a chance de marcar ao exagerar na força e chutar por cima do gol. A resposta do Botafogo veio seis minutos depois com Matheus Nascimento batendo perto da entrada da área após Vitinho passar de cabeça para o centroavante.
Aos 27, Biel aproveitou bobeada da defesa do Botafogo, que errou a saída de bola, e chutou de primeira, mas a bola subiu e passou por cima. O último lance importante do primeiro tempo ficou por conta dos cariocas. Com o relógio batendo 38, o Botafogo bateu escanteio em direção à área, Matheus Nascimento se antecipou à defesa e cabeceou para fora, quase marcando o empate.
A decisão: segundo tempo
A etapa final começou com o Coritiba pressionando bastante no campo de ataque. Sufocada, a defesa carioca tinha bastante dificuldade em sair jogando e não conseguia entregar as bolas para o meio-campo criar. O aperto surtiria efeito com Luizão perdendo mais uma chance de marcar. Após escanteio, a bola acabou desviada na primeira trave pelos curitibanos, e Luizão, sozinho na pequena área, cabeceou na trave e quase abriu o marcador aos seis minutos.
De tanto insistir, Luizão marcou três minutos depois. Em mais uma jogada de bola parada e de cruzamento para área, o centroavante completou cruzamento da direita e colocou o Coxa na frente. Também marcou seu sexto gol na competição e empatou com Cadorini, do Internacional, na artilharia do torneio. Os curitibanos quase ampliaram aos 15 depois de cruzarem da esquerda, e o goleiro Igo, do Botafogo, sair mal. A bola sobrou e quase ficou para Luizão empurrar em direção às redes, mas a defesa carioca foi esperta e conseguiu interceptar e afastar o lance.
Em vantagem, o Coritiba recuou e passou a esperar o Botafogo na sua área de defesa. Em contrapartida, os cariocas adiantaram a marcação e passaram a pressionar bastante os adversários em seu campo defensivo. Porém não conseguiam criar chances de atacar fora os cruzamentos mal-sucedidos na área curitibana. Os nervos subiram, e os cariocas reclamaram muito da arbitragem por causa de dois possíveis pênaltis não marcados, além de sofrerem com as faltas dos adversários.
O nervosismo alvinegro durou até os 41 minutos, quando tiveram nova oportunidade de lançar a bola perto do gol do Coritiba em falta pelo lado esquerdo. Gabriel Henrique subiu mais do que a defesa e desviou de cabeça para marcar e empatar a disputa. Aos 49 minutos, o Botafogo quase virou em novo cruzamento, desta vez em escanteio. Gabriel Henrique subiu, novamente, para cabecear, mas não conseguiu passar pelo goleiro Rafael.
Pênaltis
Com a igualdade no placar, a final foi decidida na disputa de pênaltis. Pelo Botafogo, Riquelme, Hugo, Enio e Raí converteram as quatro primeiras cobranças. Do lado do Coritiba, Thalison, Alec Gama e Iruan marcaram, mas Natanael perdeu ao ter sua batida defendida por Igo. Coube a Kauê marcar o gol do título botafoguense, mas, depois de enfeitar bastante ao ir bater o pênalti lentamente para desconcentrar o goleiro Rafael, o jogador acabou carimbando a trave esquerda. Em seguida, Ângelo aproveitou a chance e empatou as penalidades.
Nas cobranças alternadas, Reidson marcou para os cariocas, mas Gabriel Henrique, o herói do empate e quase responsável pela virada, chutou para fora. Douglas Silva e Jean Gabriel não desperdiçaram a chance e carimbaram a faixa de campeão para o Coxa Branca. O detalhe é que, no último pênalti, Jean Gabriel acertou a trave depois de o goleiro Igo tocar de leve na bola, mas a cobrança ricocheteou na trave e depois nas costas do arqueiro botafoguense. Título decidido por um gol contra do goleiro.