Conheçam Wlamir “Diabo Loiro” Marques, o maior medalhista da história do basquete brasileiro

Foto de capa: Octávio Neto e Rafael Cruz

Por Armando Edra

Nascido em 16 de julho de 1937, Wlamir iniciou sua carreira aos 10 anos pelo Tumiaru, time de sua cidade natal, São Vicente. Em 1953, Wlamir passou a jogar pelo XV de Piracicaba, onde aprimorou o seu jogo até chegar aos 25 anos, quando foi contratado pelo Corinthians. 

A Revista ESPN apontou Wlamir Marques como 9º maior atleta brasileiro de todos os tempos, em uma lista de 50 nomes publicada em novembro de 2010. Foto: Divulgação COB.

Trajetória vitoriosa por clubes e seleção 

Conhecido pelos apelidos de “Disco Voador” e “Diabo Loiro”, foi dez vezes campeão do Campeonato Paulista de Basquete, duas vezes pelo XV de Piracicaba (1957 e 1960) e octacampeão consecutivo com o Corinthians (1964-1971), onde também foi tri campeão nacional e sul-americano em 1965, 1966 e 1969. Além disso, com a seleção de Piracicaba ganhou cinco vezes os Jogos Abertos do Interior. 

Pela seleção também é multimedalhista, possui duas medalhas de ouro (1959 e 1963) e duas de prata (1954 e 1970) dos mundiais que disputou, além de dois bronzes olímpicos, um nos Jogos de Roma-1960 e outro nos Jogos de Tóquio-1964. Somente o iugoslavo/croata Kresimir Cosic, outro grande multimedalhista em Campeonatos Mundiais de Basquete da FIBA, possui quatro medalhas na competição, sendo um ouro e três pratas. 

No continente sul-americano também deixou sua marca, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1963 e medalha de bronze nos Jogos de 1955 e 1959. Soma-se ainda mais quatro ouros no Campeonato Sul-Americano de Basquetebol Masculino (1958,1960,1961 e 1963).

A seleção brasileira formada por Amaury, Edson Bispo, Algodão, Wlamir e Waldemar, era sinônimo de vitórias em cada competição que participava. Foto: Divulgação CBB.

Carreira de treinador e comentarista 

Sua última equipe foi o Tênis Clube de Campinas e iniciou na década de 1970 sua carreira de técnico, sendo treinador de times como: Limeira, Jundiaí, Corinthians, Tênis Clube de Campinas, Palmeiras, Hebraica, Cerquilho e Pinheiros; e no feminino treinou Corinthians, XV de Piracicaba e São Caetano. Conquistou três vezes o Campeonato Paulista Feminino de Basquete e uma vez o Campeonato Paulista Masculino de Basquete. 

Desde 1982 até os dias atuais, Wlamir se tornou cronista e comentarista em diversas emissoras como Globo, Manchete e ESPN Brasil, onde trabalha atualmente. 

Falta de reconhecimento gera medo pelo futuro da modalidade 

Wlamir foi o capitão de uma geração que colocou o Brasil em evidência mundial no Basquete, mas vê o cenário atual e futuro da modalidade com muito receio.  

“Estamos mal, não temos estrutura. A base não está bem, não temos um técnico presente no país por falta de verba para manter ele aqui. O NBB é nivelado por baixo, sem um time dominante. Precisamos recomeçar, mais uma vez, em vários aspectos, houve melhora, mas ainda falta”.

Wlamir Marques, em entrevista ao Portal Olimpíada Todo Dia.

O Diabo Loiro ainda fica entristecido com a falta de reconhecimento das conquistas que alcançou ao lado de seus amigos de clube e seleção. Segundo o próprio, hoje ele é nada mais que um senhor que passa despercebido pela grande maioria e alguns até o confundem como um goleiro das “antigas” quando visitam o Memorial do Corinthians.   

“Temos uma geração que foi bicampeã do mundo. Somos 18 campeões, dos quais dez estão vivos. Quando o Kobe morreu, todo mundo fez homenagem e quem não vai prestar homenagem a ele? O problema é que no Brasil não foi feito nem 5% disso quando morreu o Rosa Branca, o Edson Bispo e o Algodão. Eles são campeões do mundo, mas ninguém nem sabe. Fazemos basquete por teimosia’’, critica a lenda. 

Ausência no Hall da Fama da FIBA 

Wlamir Marques teve suas mãos eternizadas, em 2012, na calçada da fama do Memorial do Corinthians. Foto: Ricardo Biserra.

Até hoje não se sabe o real motivo da Federação Internacional de Basquetebol ignorar a inclusão de Wlamir Marques no seleto rol de atletas considerados os mais importantes na história do esporte. 

Foram mais de vinte anos atuando sobre a regulação da FIBA, com uma carreira repleta de títulos com muita relevância, tanto nacional como internacional. Muitos se perguntam qual seria o motivo para o esquecimento ou ignorância contra os feitos de Wlamir, até o próprio questionou em suas redes sociais tal atitude.

Aos fãs de basquete, resta aguardar por um posicionamento da FIBA em relação à ausência de Wlamir no Hall da Fama e que seja reparada o mais rápido possível, antes que seja tarde demais para prestigiar a magnífica carreira de uma lenda. 

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