TCC da Facha viraliza no TikTok e reacende polêmica sobre caso exibido em tv aberta

O minidocumentário “Galpão do Amor” (2016), TCC produzido por Fabio Perrota e Mario Ferreira sob a orientação da professora Denise Lilenbaum, que mostra relatos de transexuais encarceradas no presídio Evaristo de Moraes, teve uma explosão de visualizações no Youtube da TV Facha, após um trecho do filme viralizar na rede social TikTok há cerca de um mês.

O vídeo publicado no TikTok pelo perfil da trans graziellymoraes14 bateu 1 milhão de visualizações, teve 68 mil curtidas e 655 comentários. Como consequência, muitos usuários foram até o perfil da TV Facha no Youtube para assistir ao filme na íntegra, que atingiu 24.456 visualizações, 698 curtidas e 153 comentários.

“A gente estagiava na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), e a ideia era fazer algo para fechar os dois ciclos, tanto da faculdade quanto do estágio, então a gente falou: vamos fazer alguma coisa aqui dentro sobre a população carcerária. Porque quando você vivencia aquilo, você se vê chocado com coisas que a sociedade muita vezes desconhece, relatos que deixam você de queixo caído”, disse Mario.

Sobre a escolha do tema do TCC, Fabio esclareceu que “na época, as trans estavam em evidência por conta de leis que estavam sendo criadas em benefício delas, era um assunto que estava na moda, então casou o tema com a necessidade”.

Mario explicou que “o documentário é sobre a vivência, a chegada de 3 personagens a uma unidade prisional, não foi nada pensado, não arquitetamos uma história, fizemos 4 entrevistas e aproveitamos 3”. Para o ex-aluno, o trabalho é um “motivo de orgulho, porque dá voz a quem precisava falar”.

Com relação ao desenvolvimento do TCC, Fabio disse que além da idealização, teve participação intensa na execução do projeto e Mario ficou responsável pela parte escrita: “Eu pesquisei um pouco, mas o Mario pesquisou demais sobre o assunto, virou especialista e deu todo um embasamento teórico”.

“Era preciso chegar no presídio e saber como se portar diante daquelas personagens. A ideia do documentário era humanizar e entender a trajetória, o que fez aquela pessoa cometer aquele crime, os aspectos sociais de exclusão. Então teve uma série de livros, biografias que a gente teve que se debruçar mesmo. Por exemplo, o termo trans na época era super novo, até elas não aceitavam muito esse rótulo ainda, então a gente usou o termo travesti”, revelou Mario.

A viralização chegou até os ex-alunos através de uma mensagem privada enviada no Instagram. “Semana passada, a esposa de um oficial da Marinha, envolvido em um caso relatado no documentário, me procurou pedindo para excluir o filme do Youtube, porque a família deles estava sofrendo com o ressurgimento do fato que já havia sido exibido no programa Balanço Geral da Record TV”, contou Fabio.

“Eu fiquei feliz por ter viralizado, porque quando li os comentários vi muitas pessoas elogiando. É um trabalho amador, bem simples que eu e o Mario fizemos, a gente usou só uma camera GoPro. Fiquei sentido com a mensagem da mulher do cara da Marinha e também por saber através dos comentários que duas personagens do nosso filme morreram, o que prova a vulnerabilidade desse gênero”, ponderou Fabio sobre a repercussão do trabalho.

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