Foto de Capa: Rebeca Doin
Por Lucas Furtado Isaias
No último dia de Jogos Paralímpicos, o Brasil conseguiu uma medalha de prata e igualou o recorde histórico com 72 conquistas. Poderia quebrar esta marca no badminton, mas Vitor Tavares perdeu na disputa do bronze. Na Cerimônia de Encerramento, a festa para coroar este ciclo paralímpico, a emoção e a luz foram os destaques.
O que rolou?
No domingo (05/09), o Brasil conquistou a prata na maratona com Alex da Silva na classe T46 completando a prova em 2h27min. O ouro ficou com Li Chaoyan, da China, que fechou em 2h25min50seg, e o bronze, com Tsutomu Nagata, finalizando a corrida em 2h29min33seg. Na maratona T54 feminina, Vanessa de Souza chegou em 12° com 1h51min12seg de prova. Na T12 masculina, Yeltsin Jacques abandonou a disputa, e, na feminina, Edneusa Santos terminou em quarto. Com a medalha, o país igualou o recorde de medalhas obtido na Rio 2016: 72.
O badminton tinha a oportunidade de fixar um novo recorde, mas o britânico Krysten Coombs impediu a medalha brasileira de número 73 e conquistou o bronze, derrotando Vitor Tavares, de virada, por 2 a 1 (21/12, 10/21 e 16/21) em 44min de duelo na categoria simples SH6 masculina. O ouro ficou com o indiano Krishna Nagar, que derrotou o atleta de Hong Kong, Chu Man Kai, por 2 sets a 1 (21/17, 16/21 e 21/17) em 43min.
A Cerimônia de Encerramento retratou o espírito das quase duas semanas de competições em sua “Cacofonia Harmoniosa”, em um show de luzes, cores e música para significar os elementos da natureza. O brasileiro Daniel Dias representou o país na passagem das nações e foi empossado como membro do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Outro momento de muita emoção foi a passagem do Afeganistão, representado pelos seus dois atletas nesta edição: Hossain Rassoul e Zakia Khudadadi, carregando o símbolo. Na Cerimônia de Abertura, o país foi representado por um voluntário, já que os dois atletas não conseguiram viajar devido à instabilidade causada pela retomada do Talibã ao poder no país e a saída das tropas do Exército dos Estados Unidos e de países aliados. O presidente do país norte-americano, Joe Biden, afirmou, em pronunciamento realizado no dia 1° de setembro, que as relações com os afegãos passarão a ser diplomáticas. O grupo extremista ainda não anunciou a formação do novo governo do país.
O presidente do IPC, Andrew Parsons, em discurso, afirmou que os jogos “não foram apenas históricos, foram fantásticos”, e que a Paralimpíada distribuiu ao mundo a alegria, a esperança e a confiança. Em outro momento, ele afirmou que os mais de 1,2 bilhão de pessoas com deficiência no mundo “podem e querem ser cidadãos ativos” e que, conforme o mundo se reconstrói da pandemia do coronavírus, não devemos esquecer das pessoas com deficiência e construir um mundo inclusivo.
Quadro de Medalhas

O Brasil igualou o recorde de medalhas na Rio 2016. No entanto, levando em consideração os critérios de desempate, esta é a melhor campanha, com recorde de medalhas de ouro: foram 22 medalhas douradas, oito a mais do que as conquistadas há cinco anos. Desde Atlanta 1996, o país cresce em número de ouros, de medalhas totais ou os dois juntos. O Brasil também iguala a melhor posição no ranking de pódios: 7°, que é a mesma posição obtida em Londres 2012.
O país-sede, Japão, ficou fora do top 10, terminando em 11° por conta do número de medalhas de ouro do Azerbaijão, que fez uma edição histórica em Jogos Paralímpicos (foram 14 ouros do país contra 13 dos japoneses). Veja o quadro:
Ouro | Prata | Bronze | Total | ||
01 | China | 96 | 60 | 51 | 207 |
02 | Grã-Bretanha | 41 | 38 | 45 | 124 |
03 | Estados Unidos | 37 | 36 | 31 | 104 |
04 | Comitê Paralímpico Russo | 36 | 33 | 49 | 115 |
05 | Holanda | 25 | 17 | 17 | 59 |
06 | Ucrânia | 24 | 47 | 27 | 98 |
07 | Brasil | 22 | 20 | 30 | 72 |
08 | Austrália | 21 | 29 | 30 | 80 |
09 | Itália | 14 | 29 | 26 | 69 |
10 | Azerbaijão | 14 | 1 | 4 | 19 |
11 | Japão | 13 | 15 | 23 | 51 |
Próxima parada: Paris
A próxima edição dos Jogos Paralímpicos será realizada em Paris entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro de 2024, em uma edição histórica marcada pela sustentabilidade e equidade de gênero. Bandeiras que também serão o foco central dos Jogos Olímpicos. Não haverá mudanças na quantidade de modalidades, mas, sim, o foco maior em dar igualdade de oportunidades e reduzir a zero a diferença de vagas entre homens e mulheres.
