Foto de capa: Unbekannt.
Por Lucas Furtado Isaias
O último dia da etapa de Zurique, que finaliza a temporada da Diamond League, foi repleto de emoção e de campeões. Ao todo, 25 decisões em um único dia. O Brasil esteve presente com Alison dos Santos nos 400m com barreiras e terminou em segundo lugar, mantendo o grande desempenho da temporada. Outro momento de grande expectativa no dia era o sueco Armando Duplantis e sua luta de bater o recorde mundial no salto com vara masculino, que foi uma obsessão nas etapas da competição pós-Jogos Olímpicos, mas ele não conseguiu superar os 5m18cm obtidos pelo próprio atleta em fevereiro de 2020.
O dia começou com a disputa do salto com vara feminino que teve Anzhelika Sidorova se tornando a nova líder mundial na prova e conquistando a competição com um salto de 5m01cm em uma prova tranquila e com apenas duas tentativas falhas na última rodada. A marca também é o recorde pessoal da atleta que é da Rússia e está disputando como neutra enquanto o país segue suspenso de competições esportivas.
No salto com vara masculino, Armando Duplantis conseguiu quebrar o recorde histórico da prova na etapa conseguindo saltar 6m06cm, superando os 5m95cm de Igor Trandenkov em 1995. Apesar de não ter conseguido superar o recorde mundial, tampouco o recorde olímpico que segue sendo de Thiago Braz na Rio 2016, o sueco conseguiu fechar uma temporada em que manteve seu predomínio no circuito e sendo um dos maiores nomes do atletismo na história.
Nos 400m com barreiras masculino, Alison dos Santos conseguiu um excelente desempenho na prova terminando em segundo com 47s81, atrás apenas do recordista mundial, o norueguês Karsten Warholm que fechou em 47s35. Os resultados coroaram uma temporada histórica para os dois, o brasileiro conseguiu o recorde da América do Sul na prova e o norueguês o recorde mundial na final da categoria nos Jogos Olímpicos de Tóquio com Karsten fechando a prova em 45s94 e Alison com 46s72.
Na prova feminina, a holandesa Femke Bol conseguiu o recorde da prova na história da etapa vencendo com 52s80, superando os 52s84 de Kim Batten na edição de 1998. Em entrevista, ela falou sobre o seu desempenho na temporada: “É fantástico. Eu venci todas as etapas da Diamond League e eu venci aqui (Zurique). Minha temporada é realização de um sonho! Algo que eu sonhei virou uma verdade neste ano”, comemorou Femke.
Nos 100m, a prova feminina foi uma outra grande atração do último dia da competição com a jamaicana Elaine Thompson-Herah, que fechou a corrida em 10s65 e conseguiu quebrar o recorde histórico da prova na etapa que era de Evelyn Ashford que fez a prova em 10s76 na edição de 1984. Em entrevista, ela falou sobre sua temporada: “Esta foi uma louca temporada, longa e cansativa. Eu fui consistente porque mantive minha fé e não pensei em negatividade alguma. Eu estou muito feliz e grata. Agora, estou cansada, mas esta é minha profissão. (…) Este ano foi uma longa temporada com os seus altos e baixos, mas no ano que vem o recorde mundial está definitivamente em minha cabeça”, afirmou acrescendo que descreve o seu 2021 como fantástico.
Nos 100m masculino, o líder mundial Trayvon Bromell dos Estados Unidos não teve um bom dia e terminou a prova em quarto lugar concluindo a corrida em 9seg96. O compatriota Fred Kerley concluiu a prova em 9seg87. Andre de Grasse terminou com 9seg89 e Ronnie Baker ficou em terceiro com 9seg91.
Nos 200m feminino, Christine Mnoba conseguiu o novo recorde da prova para atletas sub-20 concluindo a prova em 21s78. A marca também é o Area Record da África superando os 21s81 que a atleta de 18 anos conseguiu na Olímpiada de Tóquio na final da prova, quando conquistou a medalha de prata. Na competição masculina, Kenneth Bednarek dos Estados Unidos venceu a prova com 19s70.
Nos 110m com barreiras masculino, o resultado foi definido no photo finish porque o estadunidense Devon Allen e o jamaicano Ronald Levy, em uma prova disputada e emocionante, fecharam em 13.16. Com a checagem, Allen foi quem ganhou a prova já que sua perna esquerda estava na frente do concorrente. É o melhor desempenho dos dois competidores na temporada.
No lançamento de disco, a prova masculina foi vencida pelo sueco Daniel Stahl que conseguiu 66m49cm já no primeiro arremesso. Em entrevista, o atleta que é o atual líder mundial na prova se mostrou insatisfeito com o resultado: “Meu primeiro lançamento foi bom, contudo, fiz cinco arremessos muito ruins, mas não consigo mudar tudo. O resultado é ruim, mas o que conta é o troféu”, lamentou. Neste ano, ele conseguiu, em julho, no torneio da região sueca de Bottnardys, a marca de 71m40cm.
Na competição feminina, Valerie Almann venceu a disputa com tranquilidade, liderando durante toda a prova e seu melhor arremesso foi de 69m20cm no quinto lançamento. A atleta dos Estados Unidos falou do Campeonato Mundial que ocorre no próximo ano em Eugene, cidade que fica no estado do Oregon, e da sensação de competir em casa e os seus familiares por perto: “Estando na World Championship, em Eugene, no próximo ano é muito especial. Minha família é muito importante para min e Tóquio foi especial por ter ganhado, mas não os ter foi bastante desafiador. A ideia de representar o seu país e disputar de frente a sua família é algo que vai ser muito especial por longo tempo”, comentou.
No salto triplo, Pedro Pichardo conquistou o diamante vencendo a prova com um salto de 17m70cm coroando a ótima temporada do atleta português que conquistou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos em Tóquio. Na prova feminina, a colombiana Yulimar Rojas venceu a prova com 15m48cm e foi mais uma atleta que venceu a Diamond League e a Olímpiada no mesmo ano. A marca se tornou o recorde histórico da prova na etapa superando os 15m03cm de Anna Biryukova na edição de 1995.
Nos 3000m com obstáculos, a queniana Norah Jeruto, que é o líder mundial na categoria, venceu a prova com 9min07seg33. Na prova masculina, Benjamin Kigen, do Quênia, foi o vencedor da etapa com 8min17seg45 de prova. Nos salto em altura masculino, o italiano Gianmarco Tamberi venceu a prova com um salto de 2m34cm e conquistou o diamante em uma prova com começo bastante disputado, mas com uma liderança tranquila no final.
Nos 100m com barreiras feminino, a nigeriana Tobi Amusan quebrou dois recordes: pessoal e do continente concluindo a prova em 12seg42. Até então, o melhor desempenho da África na prova era de Glory Alozie em uma prova realizada em Sevilla em agosto de 1999. A holandesa Nadine Visser conseguiu o segundo lugar com 12seg51 e obteve, pela segunda etapa consecutiva, o recorde do país na prova e também a sua melhor marca na prova, já que ela tinha feito 12s58 na etapa de Paris.
Nos 1500m nas duas provas houve predomínio dos líderes mundiais. No masculino, o atleta do Quênia Timothy Cheruiyot, líder mundial, conquistou o diamante vencendo com 3min31seg37 e no feminino, a queniana Faith Kipyegon finalizou com 3min58seg33 levando o troféu. No lançamento de disco tivemos a Alemanha vencendo as duas provas. No masculino, o líder mundial na disputa, Johannes Vetter venceu com 89m11cm de melhor arremesso e no feminino, Christin Hussong conquistou o diamante com 65m26m como o melhor lançamento.
Nos 800m masculino, o queniano Emmanuel Korir fechou a prova em 1min44seg56 e no feminino, a britânica Kaely Hodgkinson venceu completando a corrida em 1min57seg98.