A cantora estrelou nova campanha usando o icônico diamante amarelo, mas foi duramente criticada por internautas
Por Anna Júlia Paixão dos Santos

No último mês de agosto, Beyoncé fez história ao ser a primeira mulher negra a usar o chamado “Diamante Tiffany”, da marca Tiffany & Co. A cantora usou a joia de 182 quilates na campanha “About Love”, que estrelou ao lado de seu marido, o rapper Jay-Z.
O diamante amarelo da Tiffany é avaliado em 30 milhões de dólares, e atualmente fica exposto na loja da marca em Nova York, nos Estados Unidos. Descoberto em 1877 na África do Sul e adquirido por Charles Lewis Tiffany por 18 mil dólares, ele só foi usado por quatro mulheres antes de Beyoncé, incluindo a também cantora Lady Gaga, em 2019.
Após a campanha ser lançada, houve muitas críticas à cantora e à marca. O ponto central das oposições está na origem da pedra, que foi comprada durante um período intenso de corrida do ouro e diamantes. Cerca de 10 mil trabalhadores negros trabalharam nas minas, onde mais de 2.700 quilos de diamante foram retirados, e nunca enriqueceram ou foram pagos justamente por seu trabalho. A mineração também aumentou o índice de desigualdade econômica na África do Sul e impulsionou a Guerra dos Bôeres, que iniciou a política racista do Apartheid.
Muitos ativistas e internautas não concordaram com Beyoncé, uma mulher negra, usar uma joia que tem uma história tão problemática. Porém, também há um debate acerca de como o foco das críticas deveria ser a marca, que é a real responsável pelo diamante, em vez de cobrar a primeira mulher negra por usá-lo.
A marca Tiffany & Co, juntamente com Beyoncé e Jay-Z, afirmou que doará 2 milhões de dólares para programas de bolsas de estudo e estágios para Faculdades e Universidades Historicamente Negras, instituições que foram designadas para afro-americanos antes da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibiu a discriminação com base em raça.