Foto de capa: Lucas Figueiredo/CBF
Por Lucas Furtado Isaias
O Brasil empatou com a Argentina fora de casa, em San Juan, num jogo em que o time apostou na nova geração. Sem Neymar, que sofreu uma lesão na adutora da coxa esquerda, e Casemiro, suspenso por cartões amarelos, a equipe de Tite apostou na juventude com Matheus Cunha e Raphinha e fez um jogo que agradou à torcida brasileira.
A Argentina apostou no jogo rústico, agressivo e num clima de guerra. Desta estratégia belicosa surgiu o lance mais controverso do jogo: Otamendi deu uma cotovelada em Raphinha que fez o jogador brasileiro se machucar e ter atendimento médico, mas não levou nenhuma punição, o VAR fez a checagem, mas não acionou o juiz para recomendar revisão do lance. Com o empate e a derrota do Chile para o Equador, a Argentina é o segundo país sul-americano a assegurar a vaga para a Copa do Mundo de 2022.
A partida começou com muito equilíbrio entre as duas equipes, mas a Argentina conseguia ameaçar mais a defesa brasileira como aos 11 minutos com De Paul avançando na beirada da área, tentou passar para Lo Celso, mas Fred cortou para escanteio. Com o avançar da etapa, o Brasil começou a equilibrar a partida com destaque para Vini Jr. que aos 12min criou a primeira grande chance do Brasil recebendo passe de Fred, mas a bola saiu da área. Quatro minutos depois ele teve outra chance recebendo passe de Lucas Paquetá, ficou de frente ao goleiro Emiliano Martínez, mas ao cavar a bola, ela foi para fora. Aos 18min, Matheus Cunha finalizou pro gol, contudo a bola passou perto do travessão.
Com 23min de etapa, Messi, já na entrada da área, recebou cruzamento e chutou pro gol, mas Éder Militão bloqueou a finalização. Aos 31min, Messi tabelou com Di María e tentou puxar pela esquerda, mas acabou fazendo uma falta. A torcida presente no estádio Bicentenário ficou furiosa. Não mais que a brasileira porque três minutos depois, Otamendi acertou uma cotovelada em Raphinha numa disputa por bola e, mesmo com checagem do VAR, nada foi marcado pelo árbitro Andres Cunha. O atleta brasileiro jogou o resto da etapa sangrando e precisou de atendimento médico no intervalo.
A Conmebol, no dia seguinte ao jogo, 17 de novembro, suspendeu Andres Cunha e o árbitro do VAR, Esteban Ostojich por tempo indeterminado por entender que os erros foram “graves”. A CBF vai pedir à FIFA que Osstojich não atue mais em nenhuma partida do Brasil e que o jogador seja suspenso por entender que Otamendi teve a intenção de dar a cotovelada e que o VAR não agiu corretamente. Em resposta a uma postagem da TyC Sports, emissora que transmite os jogos das eliminatórias em TV paga na Argentina, sobre a interpretação do lance, o jogador afirmou que foi “Só bola”, ironizando as críticas pela atitude.
O jogo continuou muito equilibrado na primeira etapa, mas a Argentina continuava criando lances perigos como aos 40 minutos quando Messi deu passe para Acuña que entregou ajustado para De Paul chutar pro gol, mas Alisson defendeu. O primeiro tempo terminou com equilíbrio em campo e nas estatísticas, mas com um alto número de faltas: foram 21, sendo 12 delas do Brasil.
A temperatura continuou alta na segunda etapa e ocorreram mais 20 faltas. Mesmo com um jogo tão faltoso, houve chances das duas equipes pro gol. Aos 14 minutos, Fred fez um lançamento pro gol e parou no travessão. Aos 26min, Matheus Cunha fez corta-luz do cruzamento de Danilo e passou para Vini Jr. que chutou, mas Martínez conseguiu pegar. O lance de mais perigo da Argentina neste período foi aos 44 minutos quando Messi entrou na área e livre, finalizou pro gol e Alisson defendeu.
O lance mais bonito do jogo veio de Vini Jr., que foi o grande destaque da noite, com uma carretilha em cima de Molina antes de dar um passe para Paquetá que chamou atenção. Matheus Cunha pegou o passe e chutou para fora, mas a beleza do lance foi um diferencial em um jogo que teve quarenta e uma faltas, sete cartões amarelos e poucos chutes a gol. Rendeu muitos aplausos, até mesmo do Olé, famoso jornal argentino voltado ao esporte, que em seu perfil no Twitter afirmou: “Diante de uma JOGADAÇA dessa, só nos resta aplaudir… Que jogada fez Vinicius…”.

Ficha Técnica:
Argentina: Emiliano Martínez; Molina, Romero (Pezella), Otamendi e Acuña; Paredes (Lisando Martínez), De Paul, Lo Celso (Domínguez) e Messi; Lautaro Martínez (Joaquín Correa) e Di María (Julián Álvarez). Técnico: Lionel Scaloni
Brasil: Alisson; Danilo, Marquinhos, Éder Militão e Alex Sandro; Fabinho, Fred e Lucas Paquetá (Gerson); Raphinha (Antony), Matheus Cunha (Gabriel Jesus) e Vini Jr. Técnico: Tite
Arbitragem: Árbitro – Andres Cunha (Uruguai), Assistentes – Richard Trinidad e Nicolas Taran (Uruguai), Quarto Árbitro – Kevin Ortega (Peru) e VAR – Esteban Ostojich (Uruguai)
Cartão Amarelo: Paredes, Romero, Pezella e Acuña (Argentina); Lucas Paquetá, Fabinho e Antony (Brasil)
Outros Jogos da 14ª Rodada
Bolívia 3 X 0 Uruguai
Venezuela 1 X 2 Peru
Colômbia 0 X 0 Paraguai
Chile 0 X 2 Equador
Classificação
° | Seleção | P | J | V | E | D | GP | GC | SG |
1 | Brasil | 35 | 13 | 11 | 2 | 0 | 27 | 4 | 23 |
2 | Argentina | 29 | 13 | 8 | 5 | 0 | 20 | 6 | 14 |
3 | Equador | 23 | 14 | 7 | 2 | 5 | 23 | 13 | 10 |
4 | Colômbia | 17 | 14 | 3 | 8 | 3 | 16 | 17 | -1 |
5 | Peru | 17 | 14 | 5 | 2 | 7 | 15 | 20 | -5 |
6 | Chile | 16 | 14 | 4 | 4 | 6 | 15 | 16 | -1 |
7 | Uruguai | 16 | 14 | 4 | 4 | 6 | 14 | 21 | -7 |
8 | Bolívia | 15 | 14 | 4 | 3 | 7 | 20 | 28 | -8 |
9 | Paraguai | 13 | 14 | 2 | 7 | 5 | 9 | 18 | -9 |
10 | Venezuela | 7 | 14 | 2 | 1 | 11 | 9 | 25 | -16 |
P – Pontos, J – Jogos, V – Vitórias, E – Empates, D – Derrotas, GP – Gols Pró, GC – Gols Contra, GC – Gols Sofridos
– Classificados para a Copa do Mundo de 2022
– Classificado para Repescagem Internacional contra seleção da Oceania
Próxima Rodada
27 de janeiro de 2022
Equador X Brasil
Chile X Argentina
Venezuela X Bolívia
Paraguai X Uruguai
Colômbia X Peru