Foto de Capa: Reprodução Twitter/Atlético
Por Matheus Carvalho
A grande expectativa criada sobre a Supercopa do Brasil 2022 se confirmou domingo (20/02), na Arena Pantanal, em Cuiabá. Flamengo e Atlético-MG protagonizaram uma final de tirar o fôlego. Quatro gols, virada e incríveis 24 cobranças de pênalti. No fim, venceu o galo por 8 a 7 nas penalidades que conquistou pela primeira vez o troféu.
O jogo
A partida começou muito equilibrada. Era possível identificar os dois times parelhos tecnicamente, porém taticamente diferentes, cada qual com as convicções do seu técnico estrangeiro, Paulo Souza pelo Flamengo e Antonio “Turco” Mohamed do Atlético-MG.
As equipes produziram boas chegadas no início, mas pecavam na pontaria. Todavia, aos poucos, o Flamengo começou a aproveitar os erros na saída de bola atleticana e se tornou superior. Gabigol aos 17’ e Fabrício Bruno aos 19’ por detalhes não tiraram o zero do placar.
Entretanto, o domínio claro do rubro-negro na primeira etapa não se converteu em gol. Ao contrário do Atlético, que só tinha assustado em finalização por cima de Keno aos 36’, na primeira em direção ao gol foi fatal.
Aos 41 minutos, Arana recebeu com liberdade passe de Alan e arriscou chute da intermediária, o goleiro Hugo Souza deu rebote e Nacho Fernández aproveitou e colocou o galo na frente na grande final.

Na segunda etapa, o Flamengo voltou decidido e imprimiu pressão desde o primeiro minuto. Arão chutou por cima do gol de Everson com menos de um minuto. Na jogada seguinte, o Atlético, em um lance de sorte, quase ampliou com Nathan Silva após escanteio, só que Bruno Henrique salvou o rubro-negro.
Independente da chance atleticana, o ritmo do Flamengo era mais intenso e o apoio da torcida era cada vez mais evidente, até que aos 10 minutos Gabigol apareceu para incendiar a Arena Pantanal.
Filipe Luís lançou Arrascaeta pela esquerda que se desvencilhou de Mariano e cruzou na área, Bruno Henrique cabeceou e Everson defendeu parcialmente, mas no rebote Gabigol com o pé direito estufou as redes. O 108º com a camisa do Flamengo.
O Atlético tentou evitar o ímpeto rubro-negro e Savarino aos 15 minutos teve uma ótima oportunidade, mas ao driblar Hugo Souza na área perdeu ângulo e errou no toque final. O Flamengo logo após o quase gol sofrido, marcou mais um e virou o placar.
Aos 18 minutos, contra-ataque rápido iniciado por Arrascaeta que abriu para Lázaro na esquerda, o camisa 13 levou na velocidade e acionou no tempo certo Bruno Henrique que vinha entrando na diagonal, Godín ainda falhou e o atacante tocou por cima de Everson.
A virada para 2 a 1 poderia esgotar a força atleticana, mas a equipe não se abateu e com a entrada de novos jogadores foi com tudo para cima do Flamengo. Aos 24 minutos Hugo Souza fez defesa providencial dentro da área em chute forte de Savarino.
Como em um roteiro de filme é na dificuldade que o protagonista aparece e na esfera do futebol resolve, se estiver pensando em Hulk, sim ele renasceu o Atlético-MG na partida. Ademir cruzou pela direita, Vargas escorou de cabeça na área e entre dois defensores, o camisa 7 dominou e acertou um míssil de perna direita para empatar o espetáculo.
Após o empate, o jogo ficou um pouco mais nervoso e as equipes se tornaram mais cuidadosas para não sofrer um gol decisivo. Jair pelo Atlético e Lázaro pelo Flamengo foram os que chegaram mais perto de marcar, porém para tornar mais épico o confronto, o título teve que ser decidido nas cobranças de pênaltis.
Disputa de pênaltis
Se o jogo durante os 90 minutos foi espetacular, a disputa de pênaltis foi de ficar sem ar. No total 24 cobranças, ou seja, doze cobradas por cada equipe. Isso significa que todos os jogadores de linha e mais os goleiros tiveram que bater um pênalti. E um jogador de cada equipe precisou bater dois pênaltis.
Entre erros que geraram defesa ou chutes para fora, o Flamengo teve quatro oportunidades de sair campeão, mas em todas as cobranças decisivas parou no goleiro Everson ou chutou para fora.
No fim, Hulk converteu a décima segunda cobrança e Vitinho desperdiçou, dando fim às disputas em 8 a 7 e o Atlético-MG se sagrou campeão da Supercopa do Brasil.
Confira como foram todos os cobradores:
Atlético-MG
Convertidos: Hulk (2x), Nacho, Ademir, Arana, Vargas, Jair, Nathan Silva
Desperdiçados: Guga, Everson, Mariano e Godín
Flamengo
Convertidos: Lázaro, Vitinho, Diego, David Luiz, Gabigol, Gomes e Léo Pereira
Desperdiçados: Arão, Matheuzinho, Fabrício Bruno, Hugo Souza e Vitinho
Ficha técnica
Flamengo: Hugo Souza; Fabrício Bruno, David Luiz e Filipe Luís (Léo Pereira); Rodinei (Matheuzinho), Arão, João Gomes e Éverton Ribeiro (Lázaro); Arrascaeta (Vitinho) e Bruno Henrique (Diego); Gabigol. / Técnico: Paulo Souza
Atlético-MG: Everson; Mariano, Nathan Silva, Godín e Arana; Alan (Guga) e Jair; Keno (Vargas), Nacho Fernández e Savarino (Ademir); Hulk / Técnico: Antonio Mohamed
Cartões amarelos: Mariano, Nathan Silva e Jair (Atlético-MG) e David Luiz, Gomes e Gabigol (Flamengo)
Gols: Nacho Fernández e Hulk (Atlético-MG) e Gabigol e Bruno Henrique (Flamengo)
Estádio: Arena Pantanal – MT
Público: 32.028 pagantes
Renda: R$ 3.884.100