Silvana Ramiro fala sobre jornalismo e sua carreira em palestra na FACHA 

Foto de Capa: Lucas Furtado Isaias

Por Lucas Furtado Isaias 

Silvana Ramiro, uma das maiores âncoras do jornalismo do Rio de Janeiro, esteve presente na FACHA, em 17 de maio, para falar sobre jornalismo e as transformações que passou durante a pandemia, em conversa liderada pela professora do curso de Jornalismo da FACHA, Ana Paula Goulart. A âncora do Bom Dia Rio também falou sobre o processo de produção do jornal e sobre sua carreira.  

A jornalista discorreu sobre as mudanças no formato de comunicação que a pandemia trouxe para a produção jornalística. Durante a palestra, ela comentou sobre a importância da aplicação das tecnologias. Falou da adaptação que a equipe teve ao fazer a primeira entrevista por Skype e do quanto isso transformou os processos de produção.  

“Foi uma adaptação até nossa. Eu lembro até hoje quando a gente entrou (no ar), pela primeira vez, com um entrevistado por Skype no estúdio. Foi muito louco. Olha só a rapidez que a gente ganhou, é uma nova forma de linguagem e digo sempre: isso não vai voltar. A gente está num momento mais tranquilo da pandemia e está usando estes recursos e vai usar para sempre porque é muito prático”, destacou 

“Hoje eu consigo ter quatro equipes cobrindo as principais notícias e todas as outras notícias estou cobrindo com outros recursos como áudios. Isso a gente usa muito em casos de tiroteios em áreas que estão sofrendo com a violência. A gente liga para o morador: ’Grava um áudio por favor, a gente vai distorcer (a voz)’ e o cara manda o áudio ‘aqui tá assim, papapa’ e nós colocamos o áudio apenas com uma descrição. Isso veio para ficar e felizmente veio, porque está enriquecendo o nosso telejornal. E o Bom Dia Rio tem muito da participação do público”, explicou.  

Na palestra, ela falou também sobre os espectadores registrando os fatos e o quanto isso é importante para a agilidade do jornalismo. Ela acompanha todas as mensagens do público durante o jornal e comentou que desta interação direta surgem assuntos para o jornalismo da emissora.  

Silvana mencionou o caso da morte do farmacêutico Carlos Alexandre Rezende, que foi morto com um tiro na cabeça em um assalto no fim da madrugada de 25 de março deste ano, enquanto esperava a esposa que estava retornando de viagem. Ela recordou que diversos espectadores mandaram mensagens dizendo que viram um corpo na região da Tijuca e que a partir destas mensagens, a história foi levada para a apuração e depois foi ao ar. Outro exemplo citado são os problemas recorrentes que ocorrem com os trens da Supervia e prejudicam os usuários nas primeiras horas da manhã. Para a jornalista, essas transformações tornaram os espectadores em repórteres e ajudou o jornalismo a ter ainda mais agilidade  

“Imagina quantos repórteres hoje temos espalhados pelo estado do Rio inteiro. Milhões. Várias vezes aconteceu da gente chegar para cobrir alguma coisa, um acidente, por exemplo, junto do jornalista, um monte de gente curiosa filmando. Aquilo tudo vai parar nas redes sociais, vai virar material para a gente e isso é algo que não vai voltar [atrás].  Felizmente a pandemia trouxe isso de bom, ela deixou o jornalismo ainda mais ágil, trouxe um dinamismo e uma capacidade de resposta que a gente não tinha antigamente”, afirmou.   

Silvana Ramiro conversou com os estudantes da FACHA sobre jornalismo. No fundo, foto do evento que ela participou junto do colega de Bom Dia Rio, Flávio Fachel, e Carlos Kober em 12 de março de 2020 (Foto: Lucas Furtado Isaias)   

Ela também comentou da sintonia da equipe do jornal e do quanto a linguagem mais informal e repleta de gírias no ar impacta para que o programa seja tão querido pelos fluminenses. “O Bom Dia Rio faz um jornalismo tão leve, informal, mas ao mesmo tempo passando informação com precisão que toda a equipe adota essa linguagem. Da irreverência, da leveza, da tranquilidade de passar informação, da hora certa de fazer brincadeiras, do tom certo de cobrar. A equipe do Bom Dia Rio gosta do jornal. Todo mundo fala a mesma linguagem e isso é muito incrível”, disse.  

Silvana também falou que a informalidade é o grande diferencial do jornal e que o público gosta deste jeito leve de trazer a informação. “Eu acho que o telespectador não quer a linguagem engessada, ele quer isso. ‘Pô, ela tá aqui sentada no sofá conversando comigo’. Então a linguagem do Bom Dia Rio, eu acho que é um diferencial para a audiência que a gente tem”, refletiu. O jornal é o programa de maior share da TV Globo em todo o dia, chegando a ter quase 70% dos televisores ligados de 6h as 8h30 sintonizados no Bom Dia.  

Em mais de uma hora de sessão de perguntas do público presente no auditório e assistindo no canal da FACHA no Youtube. A integrante do núcleo de conteúdo do FachaHUB, Macla Silva, leu as perguntas do público que prestigiou o evento virtualmente. Bastidores da produção do jornal, da trajetória da jornalista e sobre o jornalismo foram assuntos das questões.  

A palestra também contou com a cobertura do Eco+, projeto da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A estudante Ana Paula Junque cobriu o evento para o projeto.  

Você pode ver o evento na íntegra aqui:

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