Por Laren Aniceto
Atualmente a região Nordeste é o destino de férias nacionais mais procurados pelos turistas e não é somente pelas águas quentes e calmas que compõem as suas praias – a culinária é um dos grandes atrativos que essa região do Brasil oferece.
Pode-se dizer que a comida nordestina é uma das mais incríveis do país, pois mesmo quem não viaja para algum dos estados da região costuma apreciá-la dentro de casa.
No café da manhã ou no horário do jantar não é incomum ver alguém substituindo uma refeição por uma tapioca ou até um bobó para o almoço ou jantar.
Dia do Nordestino: conheça a história e a gastronomia da região
Os pernambucanos amam o tradicional bolo de rolo, patrimônio cultural da cidade do Recife.
Para almoço ou para finalizar o dia o baião de dois é o prato típico feito com as sobras do dia anterior.
Uma coisa que o povo nordestino sabe fazer é misturar ingredientes de várias heranças culturais e combinar cheiros e sabores transformando tudo em receitas bem deliciosas.
É muito provável que você já tenha provado as comidas mais famosas da região. Vamos conhecer um pouco sobre as suas origens?
Bolo de rolo

Parece um rocambole, mas não é. A massa é muito mais fina, úmida e pesada. O bolo de rolo já foi chamado de “bolo colchão de noiva” por ser uma variação desse prato de origem portuguesa. Em Pernambuco o doce ganhou outra cara e outro nome ainda durante o período do Brasil colônia.
O recheio original costumava ser de pasta de amêndoas ou nozes, mas como não era fácil arranjar esses ingredientes por aqui, a receita foi adaptada ao gosto dos brasileiros e as amêndoas foram substituídas pela pasta de goiaba. Possivelmente por influência da cozinha africana no Brasil.
Baião de dois

O termo baião vem de uma dança popular do Nordeste e o prato que homenageia a arte surgiu no sertão do Ceará. Sabe a seca? Pois é, ela dificulta a vida de todo mundo e o desperdício de comida sempre foi um luxo para poucos.
Daí veio a ideia de juntar o arroz com o feijão, jogar um queijo coalho por cima juntando carne seca e linguiça (se tivesse), ou seja, misturar todas as sobras para que nada fosse jogado fora.
Um verdadeiro “mexidão”!
Tapioca

Uma receita 100% brasileira dos tupis-guaranis que extraíam a farinha e a goma da mandioca para fazer o beiju, seu nome original. Mas foi lá em Olinda, que os portugueses descobriram que podiam copiar os indígenas e substituir o trigo pela goma de tapioca. Pronto! A ideia do alimento mais fitness do Brasil se espalhou rapidamente pelo Nordeste até avançar para o resto do país.
Cuscuz

O Cuscuz é mais uma parte desse tesouro culinário que a região nordeste representa. Veio de Maghreb, noroeste da África. Feito originalmente com a sêmola de trigo, algo de difícil acesso em nossas terras, foi logo substituída por farinha de milho, item em abundância por aqui.
E o que os nordestinos fizeram? Complementaram! Adicionando carne-seca, ovos, manteiga ou o que mais servisse de acompanhamento. O cuscuz de milho é versátil e vai bem como receita doce ou salgada, quente ou frio.
Bobó de camarão

O xodó da culinária baiana é um creme derivado do ipeté, à base de inhame era uma oferenda dedicada aos orixás em festas populares do povo de África.
A comida aqui ganhou outros ares passando a ser preparada com ingredientes de origens diferentes: o azeite de dendê e a pimenta são heranças do povo de África e a mandioca, que ficou no lugar do inhame, é a herança dos indígenas. É um prato bem “abrasileirado” mesmo!