Texto e fotos por Juliana Martins

Dando o pontapé inicial, os alunos ouviram sobre a diversidade no jornalismo com Dom Condeixa. Ele é um jornalista formado na FACHA em 1991, mestre pela Fundação Getúlio Vargas e doutor pela Fundação Oswaldo Cruz. Dom é uma pessoa transmasculina que, além de lecionar na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), coordena núcleos de diversidade, equidade e se envolve em diversas questões sociais, tendo como prioridade a agenda LGBTQIA+. 

“a gente precisa aumentar o nosso repertório para derrubar barreiras”

Dom Condeixa explicou que trabalhou durante 15 anos no ramo da comunicação corporativa e assessoria de imprensa, principalmente pela vasta oferta de vagas, até que decidiu mudar de ares. “É muito necessário sair da zona de conforto, a gente precisa aumentar o nosso repertório para derrubar barreiras”. E foi com essa justificativa que, há aproximadamente um ano, ele foi morar próximo a Amazônia, em Rondon do Pará, no estado brasileiro que mais mata militantes dos direitos humanos. 

Grande parte da palestra se estendeu nesse tópico, como uma verdadeira aula de Brasil, na qual Dom compartilhou histórias e explicitou ainda mais, a já conhecida desigualdade social entre as regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste. Tendo isso em contexto, o comprometimento com um jornalismo crítico e de denúncia deveria ser a prioridade de qualquer profissional da área, acompanhado de muita experiência de vida. 

“o grande clique na minha vida foi quando me aproximei da questão da diversidade, comecei a criticar a gente, o jornalismo”

O jornalista confessou que o principal objetivo enquanto estudante era mudar o mundo e enfatizou o impacto que os professores podem ter nessa jornada, ponto crucial para a escolha dele. “Naquela época eu queria cobrir guerra, mas agora as guerras são outras […] o grande clique na minha vida foi quando me aproximei da questão da diversidade, comecei a criticar a gente, o jornalismo”. 

Já na dinâmica de perguntas e respostas, Dom Condeixa afirmou que falta representatividade na imprensa, visto que os profissionais só procuram falar sobre os próprios universos. Dom, então, deixou um convite de reflexão a todos os presentes no bate papo: “Passem a olhar para as entrelinhas dos jornais todos os dias. Nós carregamos para o nosso texto aquilo que nós somos e não existe um bom jornalismo sem respeito, empatia e alteridade. Precisamos urgentemente reverter o nosso olhar!”. 

Assista a palestra do Jornalista Dom Condeixa na integra no canal da #FACHA no youtube: