Por Juliana Martins
A empresa, que tem 230 milhões de assinantes espalhados por 190 países, também tem um apelo enorme na indústria de comunicação e criatividade. Com mediação da jornalista Elisabetta Zenatti e da apresentadora Fernanda Souza, o painel abordou todos os processos que explicam o sucesso do serviço de streaming. Dividido em blocos, o bate-papo contou com 13 convidados, entre eles diretores, roteiristas, produtores e profissionais que são referência no audiovisual brasileiro.
Gilberto Toscano, diretor jurídico e de negócios, iniciou o primeiro bloco, intitulado como “Os bastidores da Netflix Brasil: da ideia à tela”. Ele explicou os modelos de negócio que os projetos podem assumir. Um deles é o licenciamento, que é apenas a obtenção de direitos para exibir uma obra de terceiros por determinado tempo e, também, as produções originais, que atualmente são destaques na plataforma.
“É importante a gente levar em consideração a conexão que esses conteúdos vão ter com o público. Precisamos pensar na diversidade dentro das características próprias do streaming”
Aline Lourena
Ainda no mesmo bloco, foram recebidas Elisa Chalfon, que é líder de conteúdos originais não-ficcionais; Aline Lourena, que gerencia a produção de conteúdos de filmes originais brasileiros e Haná Vaisman, diretora de conteúdo para séries de ficção. Elas juntaram conhecimento para descrever os processos de pré-produção. De acordo com as palestrantes, a apresentação de histórias impactantes, visões criativas, originalidade e inovação garantem o interesse das produtoras para seguir com os projetos. “É importante a gente levar em consideração a conexão que esses conteúdos vão ter com o público. Precisamos pensar na diversidade dentro das características próprias do streaming”, declarou Aline, ressaltando a importância de se estabelecer um público-alvo ainda nessa fase.
Para dar um panorama da etapa de produção, foi chamada a produtora de mídia e entretenimento Samantha Santos. “Quando pensamos em produção, pensamos logo em desafio. E é isso mesmo!”, disparou, explicando que é nessa fase que eles buscam as melhores versões das histórias. Além disso, é importante garantir o orçamento, o cronograma e a segurança para que ocorra tudo como planejado.
A pós-produção ficou por conta de Alessandra Casolari, também especialista em efeitos visuais, que revelou a parceria da Netflix Brasil com duas empresas globais de tecnologia visual. Além de afirmar que querem levar as produções originais brasileiras para outros países, Alessandra diz que “é muito bom fazer parte de um trabalho que as pessoas se sentem representadas”, enquanto demanda estímulos para uma dublagem brasileira mais inclusiva.

O segundo bloco, chamado “Você ainda não viu? Como emplacar um Hit na Netflix”, teve a presença de três criadores de obras que entraram no Top 10 Global de audiência da empresa. Julia Rezende, diretora de Todo Dia a Mesma Noite, Juliana Vicente, diretora do documentário do Racionais MC’s, e Diego Freitas, escritor e diretor de Depois do Universo, discutiram se há fórmula para conquistar um Hit. Ser sensível ao tema, gerar identificação, dar voz às minorias e emocionar o público foram alguns dos aspectos citados para tentar emplacar uma produção de sucesso.
“Só no Brasil mesmo: os novos formatos de realities no país” foi o tópico do terceiro bloco. Elisa Chalfon, Fernanda Souza e a diretora de realities Cássia Dian, apontaram que a novidade é sempre o objetivo quando se fala desse segmento. A Netflix Brasil vem tentando inovar nas dinâmicas, com novos ganchos em questões atuais, que conversem de maneira mais próxima do público.
No quarto bloco foi apresentada a “Constante evolução: franquias e novas temporadas” e o segredo para manter histórias de grande sucesso no interesse do público. Os atores Rodrigo Sant’Anna e Christian Malheiros, a produtora Mayra Lucas e o cineasta José Henrique Fonseca evidenciaram a evolução técnica, o contato constante com o público, a ousadia e a visão ambiciosa.
O quinto e último bloco, “Netflix e Brasil: muitas histórias pela frente!”, teve a presença da atriz Juliana Paes, do ator Vladmir Brichta, do diretor Heitor Dhalia, da roteirista Ângela Chaves e do cineasta Maurício Farias. Ângela e Maurício tinham um projeto sigiloso pela Netflix Brasil que foi revelado com exclusividade no painel. “Pedaço de mim”, estrelado por Juliana Paes e Vladmir Brichta será uma série com roupagem novelística, novidade no streaming.

Se estendeu, por todo o painel, a temática da inovação e da originalidade. A liberdade de poder criar formatos e explorar histórias mais complexas e diversas se mostra uma prioridade da Netflix no mundo inteiro. Os comprometimentos com a ética e com a verossimilhança, adquirida por meio de consultorias, são tratados com muita seriedade. É notório que os streamings ganham mais força contra os veículos tradicionais a cada dia e as novas mentes criativas, com o investimento certo, vão elevar o nível das produções dos próximos anos.