Por Beatriz Lima
A publicidade enganosa para atrair clientes veganos e vegetarianos para o cardápio de diversos restaurantes é cada vez mais parte do cotidiano. O infortúnio ocorre com frequência não apenas pela incapacidade de produzir mais produtos dessas classificações nos locais, mas pela falta de veracidade e pesquisa na propaganda que está sendo produzida.
Assim, um caso recente sobre uma falsa notícia de veganismo presente no menu ocorreu em uma rede de fast-food famosa, em fevereiro desse ano. Na propaganda, o local publicou que estaria produzindo produtos na categoria plant-base – o que significa a base de vegetais.
Entretanto, após pouco tempo no cardápio, os clientes começaram a exigir os ingredientes que eram componentes na massa, mesmo o recheio sendo, como prometido, vegetal. Dessa forma, veio a público que manteiga, ovos e leite eram elementos constituintes da massa dos produtos. Nesse sentido, ocorreu um grave erro na publicidade do anúncio. É notório destacar que os alimentos, apesar de serem produzidos a base de vegetais, não entram na categoria vegana, e sim, vegetariana, pois a massa possui produtos derivados de origem animal.
Aliás, a confusão entre essas duas categorias é frequente no dia a dia. Desse modo, é importante salientar que a principal diferença entre um menu vegano e outro vegetariano, é que as pessoas que seguem o estilo de vida vegano não consomem nenhum tipo de alimento, maquiagem e vestuário que sejam de origem animal. Por outro lado, os vegetarianos apenas não consomem carne, mas podem, dependendo do tipo de sua dieta vegetariana, se alimentar de produtos derivados de primórdios animais.
Ademais, um outro exemplo de falsa apuração seria o caso de uma rede de restaurantes, que utiliza em todas as suas unidades o bacon na produção do feijão preto. Sendo assim, não apenas pessoas veganas não podem fazer o consumo desse alimento, mas vegetarianas também.
Em um vídeo, o youtuber Fabio Chaves mostrou conversas com o restaurante e eles afirmaram que utilizam bacon como ingrediente em todas as suas unidades. Apesar disso, muitas pessoas nos comentários do vídeo relataram que os funcionários dos locais afirmavam, na hora da compra, que os produtos não possuíam nenhuma origem animal.
É fato que esse tópico merece receber mais atenção, sendo de extrema importância saber como as próprias pessoas afetadas se sentem em relação às falsas publicidades.
Desse modo, Giovanna Barros, estudante de jornalismo e vegetariana, demonstrou seu ponto de vista sobre o assunto e diz que, apesar de nunca ter sido vítima de uma propaganda enganosa, essa situação é extremamente antiética com a clientela. De fato, a mesma compartilhou que o motivo que a fez se tornar vegetariana foi a conscientização que a indústria da carne é uma das principais destruidoras do planeta.
Segundo a estudante, o local que se compromete a produzir um cardápio específico, deve ter transparência com o consumidor. “A propaganda enganosa de produtos veganos e vegetarianos sempre vai existir, já que o mercado está mais preocupado em atrair o público que não consome carne e derivados, e não preocupados com a causa em si. O que a gente pode fazer é sempre checar os ingredientes antes do consumo e buscar comprar em restaurantes e lanchonetes veganos com mais frequência”. Esta foi a principal mensagem que Giovanna relatou ao compartilhar que o vegetarianismo não é tratado com tanta seriedade.
Dessa forma, é correto afirmar que a propaganda enganosa vegana e vegetariana é um problema recorrente e que afeta a credibilidade do provedor, e o estilo de vida do cliente. Nessa realidade, pessoas veganas e vegetarianas ainda encontram muita dificuldade em consumir produtos do mercado e são obrigadas a encontrarem maneiras alternativas para garantirem sua própria segurança.