A perspectiva de representantes da indústria, resgatando a história para apontar os problemas, as conquistas, os desafios e oportunidades
Por: Carlos Gabriel Tolêdo
Não há dúvidas de que a popularidade de videogames cresce cada vez mais no Brasil. Mas, mesmo após vários anos de amadurecimento, a comunidade gamer ainda é muito machista. O público feminino corresponde a 53,6% dos jogadores no país, e mesmo estando em maior número, as jogadoras ainda sofrem preconceito e têm menos poder de fala dentro da comunidade.
Porém, não só de jogadoras a comunidade é construída. O painel “Game+Minas: O protagonismo feminino dentro e fora dos jogos” trouxe mulheres que fazem parte da comunidade, mas que também atuam por dentro da indústria. Branca Galdino, fundadora da agência de PR, N9NE CATS, que tem como um de seus clientes Gabriel “FalleN” Toledo, foi a mediadora da conversa. A dona do time de esports Black Dragons, Nicolle “Cherrygumms” Merhy, a influenciadora digital CamilotaXP e a diretora de parcerias de marcas globais da Ubisoft, Bruna Soares, acompanharam Branca nessa palestra.
“Eu sei de algumas coisas, mas não preciso saber tudo sobre o jogo”
Bruna Soares
Um dos principais tópicos conversados na palestra foi a falsa verdade de que, para trabalhar com vídeogame, os profissionais e, nesse caso, as mulheres precisam, necessariamente, jogar também e saber absolutamente tudo sobre os jogos. Bruna contou que, por ser a irmã mais velha, cresceu com o pensamento de “videogame é coisa de menino” e, por isso, sempre teve contato com os games, mas que hoje em dia não joga nada. Ela também conta que já ouviu de colegas de trabalho perguntas como “Qual seu Assassin’s Creed preferido?”, em um sentido de questionamento à qualidade do trabalho dela, enquanto sabia sobre uma série de jogos. “Eu sei de algumas coisas, mas não preciso saber tudo sobre o jogo”, finalizou Bruna. A mediadora ainda complementa dizendo que, nessas horas, o profissional pesa mais que o fã: “Não basta a paixão”.
Já no fim da palestra, Cherry e Camilota se complementavam bastante. As duas não nasceram na carreira de videogame. Enquanto Cherry tinha o objetivo de se tornar delegada, Camilota veio diretamente do teatro e ainda disse que a base de apresentadora veio muito dos palcos. A dona da Black Dragons também exalta a importância da família no crescimento profissional e como os familiares foram importantes em momentos difíceis, com cobranças e todo o hate que sofria e ainda sofre por ser dona de um dos maiores times de esportes do Brasil. Camilota complementa dizendo que, quando aprendeu que o hater só quer atenção, ela parou de dar bola para eles.
Esse foi um pouco do que aconteceu no palco “Game+” do #Rio2C, o evento aconteceu do dia 11/04 até dia 16/04, com palestras das mais diversas áreas da tecnologia e criatividade.