Das telonas para as telinhas 

Conferência apresentada no evento #Rio2C sobre a mudança tecnológica na comunicação 

Por Clara Jares

O Rio2c começou, na terça-feira, dia 11/04, com grande estilo. Às 14h30, com uma conferência organizada pela empresa Play 9, que teve a participação dos palestrantes João Pedro Paes Leme, Gian Martinez, Valentina Bandeira e Fátima Bernardes.  

Na conferência, os palestrantes compartilharam suas experiências dentro de dois mundos na comunicação, sendo televisão e internet. 

A palestra foi comandada por João Pedro Paes Leme, jornalista que trabalhou na Rede Globo durante anos e que atualmente é dono de uma das maiores empresas de comunicação do Brasil, a Play 9.  

Fátima Bernardes e Valentina Bandeira falaram sobre toda essa mudança nos meios de comunicação, qual a visão disso tudo, como existe o reinventar, o criar novos conteúdos e sobre suas experiências como pessoas relevantes para um público. 

O Gian Martinez também falou a respeito do ir e vir da internet para televisão e da televisão para a internet. Como os meios de comunicação tradicionais estão se instalando dentro do meio digital. 

 

“Aquele papel de jornalista que tem que ter todo aquele distanciamento, deu espaço para a ‘Fátima’, que gosta de mostrar o que eu gosto”

Fátima Bernardes, Apresentadora

O mediador João Pedro Paes Leme começou a palestra questionando as artistas a respeito de suas caminhadas. Valen, contou sobre sua experiência de entrar no mundo da internet como uma influenciadora, encontrando seu lugar nos aplicativos e, com Fátima, aconteceu o oposto, ela relatou sua dúvida sobre a decisão de dar espaço para a internet saindo da televisão. 

Valentina fez teatro, televisão e atualmente está na internet. Porém, antes da internet, enquanto estava na televisão, percebeu que aquilo não era mais tudo pra si mesma. Já, a internet, permite que ela se expresse da forma mais contemplativa que a arte pode oferecer, “eu posso falar de qualquer tipo de arte”. 

Fátima chegou com os dois pés na porta da internet após sair do Jornal Nacional, começando a produzir o Encontro. Essa experiência fez com que quisesse manter contato com esse novo público. As redes permitiram com que se expressasse. A jornalista compartilha que ficou seis meses fora do ar, sendo esse o tempo em que conseguiu cultivar e alimentar contato com o novo público que estava disposto a ouvir o que ela pensava. “Aquele papel de jornalista que tem que ter todo aquele distanciamento, deu espaço para a Fátima, que gosta de mostrar o que eu gosto”, segundo a apresentadora, foi se criando uma fluidez com seus seguidores, estando hoje fragmentados.  

Ao decorrer, Gian revelou como percebeu o crescimento de micro influenciadores que ocupam o espaço de celebridades em nichos, ou geografias, e a respeito do acompanhamento dos creator economy, economia dos criadores, que lida com tudo o que gira em torno da criação e consumo de conteúdo online, incluindo a interação desde o início. Gian dissertou que a valorização da criatividade é um impacto profundo produzido pela democratização do acesso de ferramentas de criação pelo consumo de conteúdo, “o novo mundo permite expandir as possibilidades criativas de vocês, explorarem mais, experimentarem mais, fazendo coisas que antes, na mídia tradicional, vocês não se sentiam à vontade de fazer”. 

“Teve altos e baixos, demorou pra chegar no Brasil, chegou, fez muito sucesso, depois caiu, agora voltou de dois anos pra cá”

João Pedro Paes Leme, Jornalista

A pauta sobre a transformação das plataformas, que se adequam a cada tipo de conteúdo, também foi discutida. No Brasil, por exemplo, existe a mudança no YouTube de transmitir os jogos de futebol. Isso começou em 2022 e é revolucionário, podendo mudar o mundo todo. Além disso, foi citado o podcast, que é um fenômeno mundial. “Teve altos e baixos, demorou pra chegar no Brasil, chegou, fez muito sucesso, depois caiu, agora voltou de dois anos pra cá”, cita João Pedro.  

citei que em suas redes são contados os acontecimentos e aleatoriedades de sua vida, fazendo com que os vídeos sejam engraçados de forma genuína. Ao decorrer, questionei sobre a sensação de ver seu trabalho sendo reconhecido por milhares de pessoas, saindo da sua bolha e se é difícil ser figura pública, sendo uma influenciadora que “foge” do padrão que a internet espera como mulher. 

Valentina, nas suas redes, conta os acontecimentos e aleatoriedades da sua vida. Seus vídeos são engraçados e genuínos. Afirma que trabalha sem análise e que, mesmo sendo uma pessoa dentro do padrão estético, uma expectativa comum dessa sociedade, sendo branca, com corpo magro e cabelo liso, “ainda tenho trejeitos esquisitos. Faço expressões esquisitas, falo coisas meio desconexas. Então, meio que quebra as expectativas das pessoas e elas tendem a achar estranho, mas, ao mesmo tempo admirar”. Ela diz que presta mais atenção na admiração do estranho do que na estranheza do esquisito. É um apego importante para o acesso do público em diferentes pensamentos, podendo olhar para diferentes percepções, “acho que é isso que me faz mais feliz, e alcançar muita gente com esse pensamento tão diferente do comum me dá muito orgulho”. 

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