Por Breno Braga
Como a tecnologia e, mais recentemente, a internet contribuíram para democratizar a sétima arte e ampliar o seu espaço de voz? O Facha Lives recebeu nesta quarta-feira (03) o professor Guto Neto que é coordenador dos cursos de Cinema e Audiovisual e Rádio, Tv e Internet para uma conversa sobre cinema versus novas tecnologias.
Guto lançou no início da live o que ele identifica como uma questão-chave para a carreira no audiovisual: “Como vocês pensam em se posicionar como produtores de audiovisual no que se refere ao mercado profissional? Qual é a posição que vocês querem conquistar nesse lugar?”

Representatividade
Graduado em Jornalismo pelas Faculdades Hélio Alonso, Guto atuou nos movimentos populares pela democratização da comunicação, entre os anos 1980 e 1990, quando, segundo ele, houve um crescimento no acesso aos meios de produção audiovisual com o barateamento dos mecanismos de edição e montagem, e favoreceu a inclusão de novos grupos sociais neste espaço. “Quando a gente fala de lugar democrático de acesso, tem um outro lugar que eu acho muito bacana, que é enfim a gente observar a possibilidade de representatividade. A gente tem visto uma luta, uma inserção e uma abertura desse mercado profissional para mulheres que se tornam diretoras de fotografia, grandes produtoras executivas, diretoras, montadoras (…). Então, essa representatividade que é do cineasta negro, LGBTX, da periferia e que eu penso que é uma maneira muito forte de legitimar o que a gente define como lugar de voz”, disse o coordenador.
Conhecimento estratégico e ambiente de aprendizado
Guto ressaltou a importância do roteiro, como parte fundamental do processo de criação cinematográfica, especificamente no caso do gênero documentário: “O roteiro do documentário não aparece necessariamente no início da produção, aparece na pós-produção. O documentário é um processo de construção de uma narrativa acidental, abismal e que tem um percurso, mas ele não deixa de ter dispositivos para que a gente possa provocar, disparar a produção da narrativa”.
Com relação à questão-chave lançada pelo palestrante no início da live, Guto explicou que: “Se a gente quer se posicionar como um realizador que quer enxergar o mercado profissional e entender quais são os degraus necessários para alcançar esse mercado (…) é preciso um ambiente que propicie a gente conviver de forma interativa, integrada, participativa, crítica e analítica da recepção de novos conteúdos, da experimentação desses conteúdos, desses saberes de forma integrada sob a forma de projeto”.
O Facha Lives continua essa semana. Confira a programação e participe! A próxima será sobre Esportes, com Leandro Lacerda. Aproveite!
Confira, na íntegra, a live:
Ficha Técnica: Matéria: Breno Braga. Criação: Luciana Alves
Editora Júnior: Luciana Alves
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