WandaVision e a inovação no MCU

O primeiro passo de uma nova era no Universo Cinematográfico Marvel 

Por Renato Galardo

ALERTA: Contém spoilers

Desde o lançamento do primeiro filme que deu o pontapé inicial para o grandioso universo cinematográfico da Marvel, Homem de Ferro, em 2008, ele cresce concomitantemente em histórias e em público consumidor.

As diversas histórias coesas e coerentes entre si agora ultrapassam os limites das grandes telas e chegam também em formato de série, o que acontece graças ao surgimento da nova plataforma de streaming Disney+, tendo essas novas propostas de seu catálogo como grandes aliadas na sua promoção. A primeira de algumas já anunciadas é WandaVision, que estreou em 15 de Janeiro e teve seu último episódio lançado no dia 5 de março.

A primeira temporada contou com 8 episódios semanais, que se aprofundaram na história de Wanda Maximoff e as causas e consequências de sua descontrolada necessidade de criar algum tipo de remédio para toda a dor que carregava com si após a perda de seu par romântico, Visão, nos acontecimentos do filme Vingadores: Guerra Infinita.

As cruéis marcas de seu passado, que é apresentado durante os episódios, e a incredulidade em seu presente a fazem usar seu poderes telepáticos e de distorção para colocar a cidade de Westview e seus habitantes sob seu controle, criando uma realidade onde pode viver as recriações de seus sitcoms favoritos de diferentes décadas, e, principalmente, ter Visão de volta, mesmo que em forma espectral.  

A receita que resulta em WandaVision é ambiciosa e inovadora, apostando em episódios incongruentes em ritmo e estética, mas que são justificados e unificados com o desenrolar da trama, que consegue misturar bruxaria, referências aos já mencionados sitcoms, vida familiar e o plano de fundo do MCU, tudo sob um perspicaz e sensível nivelamento entre comédia, drama e fantasia.

As referências se estendem desde The Dick Van Dyke Show, dos anos 60, até Modern Family, que teve seu último episódio no ano passado, e funcionam como muletas cômicas para a construção do plano de fundo de Wanda, Visão e seus eventuais filhos, Billy e Tommy Maximoff. Sendo esses últimos três criações inerentes à manutenção da realidade alternativa da primeira. 

Meio a um mar de acertos da produção, ainda é justo destacar a contribuição de Kathryn Hahn à evolução da trama. A atriz que inicialmente interpreta Agnes, aparentemente apenas mais uma das vítimas de Wanda, no antepenúltimo episódio se revela como Agatha Harkness, uma poderosa e secular bruxa, que, desde o início, interveio na realidade do Hex, apelido que a personagem Darcy Lewis dá ao formato que a cidade toma sob a magia da protagonista. Agatha abruptamente é transferida de uma personagem condescendente e manipulada para uma determinada antagonista, que tem o objetivo de descobrir mais sobre a origem de Maximoff e seus poderes e, posteriormente, assimilá-los, fazendo a revelação de que a mesma é a Feiticeira Escarlate. 

A plataforma aposta em um novo formato que vai muito além da fórmula habitual dos filmes lançados pela Marvel Studios nos últimos anos, e acerta com maestria ao nos apresentar WandaVision. Com Elizabeth Olsen, que mostra amadurecimento em sua atuação desde sua estreia no MCU, Paul Bettany, Kat Dennings, a veterana de comédias televisivas Debra Jo Rupp, entre outros, a série apenas reitera a certeza de que o Universo Cinematográfico Marvel justamente comanda grande porção do mercado cinematográfico e televisivo hoje e que não está nem perto de abrir mão do espaço que conquistou, conquista e ainda conquistará. 

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